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  • Fotos 2013 | Vidya Mandir

    HOME VIDYA MANDIR AULAS REGULARES ESTUDOS ONLINE PUJA E CANTOS DOAR BLOG Contato Perguntas Frequentes Mais Galeria de Fotos 2013- Vidya Mandir Festividades, Puja, Viagens, etc. O Vidya Mandir comemora as datas festivas do calendário hindu com satsanga e puja. Todas as primeiras terças-feiras do mês (favor conferir na página “programação”) e nas sextas-feiras, há puja e satsanga para Sarasvati que é a dona do Vidya Mandir e outros devas e devis que estão em nosso altar. As fotos tiradas nestas ocasiões e em outras comemorações marcam os eventos e são divulgadas em nosso site de forma a vincular o Vidya Mandir-RJ com nossos membros em outras partes do Brasil e do mundo. • Satsanga Final do Ano - 22.Dezembro.2013 Satsanga Final de Ano 2013 Satsanga Final de Ano 2013 Satsanga Final de Ano 2013 Satsanga Final de Ano 2013 • Intensivo de Vedanta - Teresópolis - 12 a 17.Agosto.2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 Intensivo de Vedanta 2013 Teresópolis 2013 • Gita - Lançamento Volume Único - 2013 Fotos Retornar Perguntas, comentários, referências e-mail:contatos@vidyamandir.org.br

  • Vidya Mandir | Editorial Janeiro 2009

    HOME VIDYA MANDIR AULAS REGULARES ESTUDOS ONLINE PUJA E CANTOS DOAR BLOG Contato Perguntas Frequentes Mais Sarasvati Editorial 2009 - Janeiro Gloria Arieira Que Sarada (sara = a ignorância; da = aquela que destrói; Sarada é Aquela que destrói a ignorância), que é Sarasvati, esteja sempre conosco (o professor e o aluno). Que Ela que está sempre em sat, a verdade, que tem a face agradável e bela como o lótus no outono, esteja sempre em nossas faces de lótus, i.e., a nossa fala e nosso intelecto. Na visão dos Vedas todo o universo é a manifestação de Brahman que é Consciência; isto significa que o universo é uma superimposição ou superposição em Brahman. Existe somente uma realidade, ekam sat, que é vista de várias maneiras com diferentes formas e nomes, e assim o indivíduo pode se relacionar com ela. A variedade refere-se aos diferentes aspectos da manifestação da realidade, Ishvara. Se entendemos Ishvara, entendemos nossa identidade com Ele e portanto nossa natureza livre de limitação. Se não entendemos Ishvara e nossa conexão com Ele, criamos o samsara, fazemos da manifestação do universo uma vida de limitação e aprisionamento, que é o samsara. Para conhecer a realidade que é Ishvara temos que reconhecer que o universo não é separado dele e ao nos relacionarmos com o universo estamos nos relacionando com Ishvara. Ao mesmo tempo, a dualidade na forma do indivíduo, de Ishvara e do universo, é mera aparência. Para nos ajudar a compreender esse mistério da realidade única imutável que é ao mesmo tempo a causa do universo e o próprio universo, pedimos ajuda a Ishvara na forma de Sarasvati através deste verso-oração acima: que Ela nos ajude a entender a realidade e permanecer na verdade em ações, pensamentos e palavras. Para adquirir o conhecimento de Vedanta que é a revelação da natureza do sujeito livre de qualquer limitação, é necessário possuir a mente focada no autoconhecimento e na liberação. Porém, a mente é mutável, agitada, com muitos gostos e aversões e seus padrões já adquiridos nas experiências dos prazeres dos sentidos e nas descrições de tantos outros prazeres ainda por serem experienciados. Desenvolvemos apego a alguns objetos, aversões a outros; assim somos invadidos por ambos e cresce a agitação da mente. Os gostos e aversões impregnam a mente e iludem o intelecto; assuntos que não têm relevância tornam-se importantes. A mente se ocupa com o passado e o futuro que só têm realidade oferecida pela própria mente de cada um. A projeção do futuro e a memória do passado, junto com as emoções reativas como o medo, a raiva, a mágoa e a culpa, ocupam a mente e assim o conhecimento do Atman não tem espaço. Lidar com as dificuldades da mente, tais como a agitação e a ausência de concentração, é o chamado processo de purificação da mente, sattva-shuddhi nas Upanishads. A mente precisa estar sutil, sattva, para poder ir além de seus aprisionamentos e perceber o Atman além da dualidade. Livre de vasanas, os padrões mentais relacionados aos gostos e aversões, a mente consegue focar no Atman e entender a identidade do eu com Ishvara, conforme o ensinamento dos shastras, os textos que revelam e desdobram esse conhecimento. O preparo para usufruir o conhecimento de Vedanta depende da bênção de Sarasvati, por isso começamos 2009 com uma oração a Ela. Om tat sat Editorial 2009-Maio Gloria Arieira Na tradição dos Vedas existem rituais chamados samskaaras. Estes ocorrem em momentos importantes de crescimento, transformação ou maturidade no decorrer da vida de uma pessoa. Estes momentos são ritualizados com símbolos e significados que ajudam a promover o crescimento, desde o nascimento até a morte, no ritual final de cremação. Samskaara significa purificação, cerimônias através das quais a pessoa é purificada para enfrentar uma nova etapa da sua vida. Purificação no sentido de tornar algo ou alguém capacitado para alguma coisa. Através de um ritual objetiva-se agregar novas qualificações à pessoa para que possa enfrentar esta nova etapa de vida. Além de associar a pessoa a um grupo ou comunidade ao qual ela passa a pertencer e se identificar. Sua vida ganha significado dentro de uma ordem maior que é o objetivo universal da vida humana. Através do ritual, corpo e mente passam por um processo de transformação relacionado a etapas da vida humana, com relação ao questionamento e entendimento dos objetivos da vida e à identificação com outros, oferecendo uma dimensão transcendental à sua vida. O ritual ajuda, então, no crescimento emocional da pessoa e sua plena expressão. Os samskaaras são muitos e variados dentro da tradição védica, mas podem ser divididos em aqueles relacionados ao nascimento, à infância, à educação, ao casamento e ao ritual funerário, portanto cinco classificações. Os samskaaras estão relacionados às quatro etapas da vida ou aashramas; a etapa de estudante, de casado, de aposentado e de renunciante. Lembrando que o objetivo da vida na tradição védica é alcançar a maturidade emocional e espiritual para desejar, buscar e alcançar a felicidade plena através do autoconhecimento, o conhecimento da natureza eterna e livre de limitação do indivíduo e de Deus. Entre todos os samskaaras, o mais importante e comum na vida de uma pessoa é o vivaaha ou casamento. Como em qualquer etapa nova na vida de alguém, é necessário que a pessoa tenha apoio e compreensão dos outros ao seu redor, tenha um início harmônico, na presença de pessoas queridas que estão ali para desejar felicidade e sucesso, e como que impingir êxito à nova e desconhecida etapa da vida. Esta é a relevância de um ritual de passagem, de purificação ou samskaara, em especial do ritual de casamento. Uma vez que de todos os samskaaras, vivaaha, o casamento é considerado o mais importante, pois espera-se que todas as pessoas se casem e vivam uma vida de casado. A convivência estreita e diária entre o casal é também vista como uma oportunidade para uma vida de karmayoga onde a pessoa está consciente de suas ações e reações de forma a aprender a ser o mais objetivo e deliberado possível. Em termos dos Vedas, é a presença da esposa, patni, que qualifica o marido, pati, a realizar rituais védicos de fogo e a fazer doações. O casamento é assim uma união não somente física mas de valor espiritual e religiosos, além de uma grande oportunidade para a maturidade emocional do indivíduo. Depois da primeira infância e da etapa de estudante, onde a criança e o jovem estão protegidos pelos pais e mais velhos e buscam adquirir qualificações, atenções e ganhos para si mesmos, através do casamento, a união entre duas pessoas diferentes, cada um terá a oportunidade e incentivo para desenvolver autosacrifício e atenção ao bem-estar do outro. A cerimônia de casamento é um evento social festivo que une duas pessoas e suas famílias para a continuidade e fortalecimento de ambas as famílias na geração de filhos. Como é um novo e importante momento na vida de um casal, e requer maturidade de ambas as partes, as famílias e amigos se unem para desejar e invocar felicidade e sucesso aos noivos. Socialmente é uma grande ocasião para festa. Para a celebração do casamento, a casa da noiva, do noivo e o lugar onde será a cerimônia são decorados. A noiva é purificada com água dos rios sagrados, embelezada com roupas novas, jóias várias e henna nas mãos e pés e para cada um desses momentos há uma pequena ritualística. Os parentes vêm de longe, convivem alegremente e o ar fica festivo, alegre. Esses pequenos rituais são simbólicos, como a água purificadora, e a cerimônia de casamento é repleta de símbolos, além de mantras védicos que dão a conotação religiosa à união do casal. Na cerimônia de casamento há a união das mãos direitas dos noivos, o tocar os corações, a noiva subir numa pedra com a ajuda do noivo, as roupas de ambos amarradas uma a outra, o colar amarrado no pescoço da noiva pelo noivo, os primeiros passos significativos dados juntos, como um casal, tendo o fogo como testemunha. Vários símbolos são usados na tradição védica, Sanatana Dharma, para invocar a auspiciosidade e também para eliminar mau-olhado e inveja, como o sinal vermelho na testa da noiva, o banho ritualístico com mantras antes da cerimônia. Com esses objetivos pede-se aos convidados que abençoem e desejem o bem aos noivos. Antes da cerimônia ter início, o pai da noiva faz a maior doação de sua vida, doa sua filha ao rapaz que será seu marido e a protegerá e estará doravante a seu lado. Apesar de haver diferenças na cerimônia de casamento nas várias regiões e grupos sociais da Índia, basicamente são iguais e com os mesmo versos védicos. No final, pede-se à noiva que olhe para o sol e/ou para a estrela Arundhati (a estrela polar) que faz parte da constelação Saptarshi, para que o casal seja tão firme e constante quanto a estrela. Fazia parte da cerimônia o casal dormir na mesma cama abstendo-se da relação sexual por três noites consecutivas após o casamento, aprendendo que a vida sexual não é o mais importante no casamento, mas a maturidade a ser alcançada por ambos, a capacidade de um ocupar-se do outro e de seus desejos e necessidades, e para isso o autosacrifício é importante. Hoje em dia isso não acontece, mas as festividades do casamento duram pelo menos três dias e os noivos só vão juntos para casa, apesar de já estarem legalmente casados, no final de todas as cerimônias. Antigamente, o fogo que foi aceso e reverenciado no casamento é levado para a casa dos noivos que o mantém aceso ritualisticamente até o fim de sua vida de casados (até que um dos dois morra). O casamento nos Vedas não tem um objetivo em si mesmo, mas a aquisição da liberação, o objetivo maior da vida humana; além, naturalmente, de dar continuidade à família, tendo filhos. É por isso que a vida do casal é uma vida de yoga para antahkarana-shuddhi, a maturidade, e por fim moksha, a libertação final. Om tat sat Editorial Retornar

  • Vidya Mandir Centro de Estudos de Vedanta e Sânscrito | Professores

    HOME VIDYA MANDIR AULAS REGULARES ESTUDOS ONLINE PUJA E CANTOS DOAR BLOG Contato Perguntas Frequentes Mais Gloria Arieira Gloria Arieira é a Diretora Presidente do Vidya Mandir. Em janeiro de 1974 foi para a Índia estudar com Swami Dayananda, que tornou-se seu mestre. Com ele estudou até julho de 1978, retornando então ao Brasil. Além de permanecer no Arsha Sandeepani Sadhanalaya, um local de estudo e vivência com o mestre, em Mumbai, também estudou em outros Ashrams em Uttarkashi e Rishikesh, norte da Índia. Viajou também para lugares nas várias regiões da Índia, para participar de cursos, palestras e visitas a lugares sagrados, como os templos de Tamil Nadu e Kerala, conhecendo melhor a tradição cultural e religiosa dos Vedas. Desde seu retorno, vem ensinando Vedanta e Sânscrito no Rio de Janeiro e em outras cidades do Brasil e também no Porto, em Portugal. Dedica-se também ao trabalho de tradução para o Português dos textos em Sânscrito, como a Bhagavadgita, Upanishads e vários outros. É responsável pela publicação em português dos livros de Swami Dayananda, editados pela Vidyamandir Editorial, e de dois outros livros: Orações Milenares e Puja - a realização de um ritual védico.” ​ Contato: contatos@vidyamandir.org.br Prêmio Padma Shri 2020 Janeiro de 2020 ​ Literatura e educação em sânscrito e Vedanta no Brasil. Vidya Mandir tem o orgulho de anunciar que Gloria Arieira foi agraciada com uma das maiores honras civis da Índia, o Padma Shri Award, no Dia da República de 2020, por sua literatura e educação em sânscrito e Vedanta no Brasil. ​ Saiba mais ... As escrituras dos Vedas no Brasil Sweet Blog: nectarine divine literature 30 de setembro de 2010 ​ Gloria Arieira, uma brasileira e uma autoridade em sânscrito, traduziu o Bhagawad Gita e partes dos Vedas para o português, permitindo que seus alunos em todo o Brasil e Portugal acessassem as profundezas dessa grande filosofia. Então, se você está em busca de espiritualidade no balneário de Copacabana, no Rio, você a encontrará na Vidya Mandir, uma escola de estudos da Vedanta fundada e administrada por Gloria. ​ Saiba mais ... Henrique Castro Discípulo de Gloria Arieira, Swami Dayananda Saraswati e Swami Sadatmananda Saraswati, começou o estudo de Vedānta em 2009 no Centro de Estudos Vidya-Mandir, com a professora Gloria Arieira. Por alguns anos, além do estudo e seva no Vidya-Mandir praticou Meditação, Puja, Hatha-yoga e Kirtan no Centro Sivananda de Yoga Vedānta em Botafogo, participando em 2010 do curso de formação de professores (TCC) em Garopaba – SC. No Vidya-Mandir estudou também Sânscrito com a professora Adélia de Faria, Cantos Védicos com o professor Leandro Castello Branco, além de Pūjā e Vedānta com o professor Patrick van Lammeren. Em 2013 teve a oportunidade de ir para Rishikesh, Índia, por um mês, para estudar com Pujya Swami Dayananda Saraswati. Em 2015, seguindo o conselho de Pujya Swamiji, concluiu sua graduação em Filosofia na UFF e retornou à Índia para aprofundar seu estudo de Vedānta. Lá permaneceu até o final de 2017 no Arsha Vidya Gurukulam, Anaikkati, fazendo o curso residencial de longa duração em Vedānta e Sânscrito que concluiu sob a orientação do seu professor Swami Sadatmananda Saraswati. Durante esses anos teve oportunidade de visitar vários templos tradicionais no sul da Índia, aprender com outros grandes professores como Swami Paramarthananda Saraswati, Swami Viditatmananda Saraswati, Swami Sakshatkrtananda Saraswati, e estudar a gramática do sânscrito com a professora Medha Michika. De volta ao Brasil, se dedica ao ensino de Vedānta e sânscrito e à tradução de textos tradicionais para o português, integrando a equipe de professores do Vidya-Mandir. ​ Contato: advaitapurna@gmail.com ​ Obstáculos à meditação: https://youtu.be/XZxfyVnAPyk Introdução à Bhāgavatapurāṇa: https://youtu.be/CFqSML04X3Q Introdução a Vedānta: https://youtu.be/cefh5AeGS34 Uma vida de Yoga e Vedānta: https://youtu.be/-uckTAxANMY Paula Ornelas Paula Ornelas iniciou seus estudos de Vedanta e Sânscrito em 2002 ao conhecer a professora Gloria Arieira. Desde então, se dedica exclusivamente a ambos. No Brasil, também foi aluna de Sânscrito do Professor Arthur Perez. Em numerosas viagens à Índia, teve a oportunidade de enriquecer seu conhecimento de Vedanta e de Sânscrito estudando tanto com renunciantes, como Swami Dayananda Saraswati e Swami Paramarthananda Saraswati (respectivamente, mestre e colega de Gloria Arieira), quanto com acadêmicos de Sânscrito como Dr.V.Abhiramasudaram da Faculdade Vivekananda, Chennai. Formou-se Bacharel e Mestre em Física pela PUC-Rio, mas deixou a carreira acadêmica na Física logo após iniciar o doutoramento, por ocasião de sua primeira viagem à Índia. Em 2010, Paula graduou-se Mestre em Sânscrito e Estudos da Ásia pela tradicional Universidade de Cambridge, na Inglaterra, sob a orientação do Dr. Vincenzo Vergiani. Desde 2004 ensina Sânscrito no Vidya Mandir e em cursos de formação de professores de Yoga. ​ Contato: paulahornelas@gmail.com Fernanda Aboim Iniciou seus estudos de Vedanta com a professora Gloria Arieira em 1994, aos 17 anos. Foi alfabetizada em sânscrito pelo professor Arthur Perez, em 1995. Realizou viagens à Índia e conheceu o ashram de Swami Dayananda, em Rishkesh. Participou na digitação do livro de Puja e colaborou na compilação dos kirtans do livro de Cânticos e Versos, do Vidya Mandir. Teve a bênção de ter seu casamento realizado por Dhira Chaitanya, junto com a professora Gloria, nos moldes védicos, em 2006. Trabalha como psicóloga clínica junguiana (formada pela PUC-RJ) e já gravou vários cds de cantos devocionais. Na modalidade online, compõe a equipe de professores do Vidya Mandir, ensinando Vedānta e cantos da tradição védica. Contato: fernanda.aboim@gmail.com Patrick van Lammeren Discípulo da prof.ª Gloria Arieira desde 2004, realizou viagens à Índia e aos EUA em peregrinação a templos e lugares sagrados, estudando no Arsha do Swami Dayananda Saraswati e ampliando seus conhecimentos sobre a cultura e a tradição védica. Desde 2006 faz parte da equipe do Centro de Estudos Vidya Mandir, e em 2007 começou a ministrar aulas de Simbolismo Hindu, estendendo depois ao Sânscrito, Puja e, por fim, ao Vedanta. ​ Contato: patrickvlammeren@gmail.com Vitor Arieira Harres Vitor é professor de Vedanta, Sânscrito, Meditação, Mantras e Cantos da tradição védica. Estudou com sua professora e tia, Gloria Arieira, no Centro de Estudos Vidya Mandir e viveu na Índia durante cinco anos, entre 2007 e 2012, em estudos intensivos com seu professor Pujya Swami Dayananda Saraswati nos Ashrams do instituto Arsha Vidya Gurukulam. ​ Contato: contatos@vidyamandir.org.br Vidya Mandir Retornar

  • Fotos Lançamento de livro 2017

    HOME VIDYA MANDIR AULAS REGULARES ESTUDOS ONLINE PUJA E CANTOS DOAR BLOG Contato Perguntas Frequentes Mais Galeria de Fotos 2017- Vidya Mandir Festividades, Puja, Viagens, etc. O Vidya Mandir comemora as datas festivas do calendário hindu com satsanga e puja. Todas as primeiras terças-feiras do mês (favor conferir na página “programação”) e nas sextas-feiras, há puja e satsanga para Sarasvati que é a dona do Vidya Mandir e outros devas e devis que estão em nosso altar. As fotos tiradas nestas ocasiões e em outras comemorações marcam os eventos e são divulgadas em nosso site de forma a vincular o Vidya Mandir-RJ com nossos membros em outras partes do Brasil e do mundo. Lançamento do Livro O Yoga que Conduz à Plenitude 17. outubro 2017 Puja - Satsanga - Gloria Arieira 05. setembro 2017 Dia de Ganesa 15. agosto 2017 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 DiaGanesa_20170815_0038 (Large) Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 Dia Ganesa 15.08.2018 A Essência da Gita- Caps.X e XI- Palas Athena SP - Gloria Arieira 12. agosto 2017 SaoPaulo_20170812_0054 (Large) SaoPaulo_20170812_0037 (Large) SaoPaulo_20170812_0055 (Large) SaoPaulo_20170812_0045 (Large) SaoPaulo_20170812_0038 (Large) SaoPaulo_20170812_0025 (Large) SaoPaulo_20170812_0028 (Large) SaoPaulo_20170812_0027 (Large) SaoPaulo_20170812_0024 (Large) Gurupurnima - Gloria Arieira 04. julho 2017 Gurupurnima - 04.07.2018 Gurupurnima - 04.07.2018 1/1 Fotos Retornar Perguntas, comentários, referências e-mail:contatos@vidyamandir.org.br

  • Vidya Mandir | A culture different from ours

    A culture different from ours ​ Gloria Arieira July 2020 When we visit another country, we take our luggage, our knowledge, our references and our way of life with us, including patterns of behavior for both times of wins and celebrations, as well as for times of losses and suffering. They are expressions of feelings, values, beliefs and habits through language, acts and attitudes that are cultivated and repeated for generations. ​ When we arrive at a place whose culture is new to us, we realize the aesthetic beauty of around and we can take immense pleasure in something that we perceive as different and beautiful. But there is something more profound than aesthetics, in which lies in the bigger picture of each culture that may not be so easy to capture. Local culture has its values, priorities and social importance, which is something we cannot see—at least not on a single visit. And it may be something we don't usually give much importance, since we are impregnated with our own culture and our pattern of behavior, which include our clothes, our language and our attitudes. And we just want to stroll and relax. ​ This is what often happens when visiting India. Leaving the western world, one sees many beautiful and different things upon arrival. The traveler admires them, fantasizes about them, buys them and takes them home. A different beauty is appreciated, yet the heart of the place and its people is not understood. In order to do so, one has to let go of concepts and expectations for now, abandoning judgments, comparisons and demands, to try to see without prejudice—something that is very difficult to do. It is only then that one can blend with the India around us. ​ But this is a mysterious encounter, since there are many things seen that are not evident and we cannot decipher or understand them necessarily as they are: their history, their past, the obstacles and the solutions found. In short, a life built up to the present. When what we see is very different from what we are used to seeing, it is hard to decipher. This is how the mystery cannot be understood, but only interpreted, according to foreign standards, thereby remaining unknown, hidden. ​ For Western eyes, many things are different in India. Indian history is not studied in Western schools; we know little about what happened there. The ancient philosophy studied throughout the Western world is Greek, just as Greeks are known philosophers. When looking at India, it is always in a comparative study, referenced and "fitted" by Western thinking. Yet, how can we understand what they say and do if the reference is always foreign? That leaves judgment or interpretation, but little understanding. The point-of-view has already been compromised. Even when we want to help or collaborate, the reference is foreign, and ill-suited to local needs! After all, what kind of help is this that determines what one should receive and react? ​ This not only happens when we visit India, but it also happens when meeting anyone from a culture different from our own. India is the birthplace of the culture of the Vedas. We find Indians of different religions, all of them welcomed in the country, but the origin of these various religions, whether Christian, Jewish, Islamic or Zoroastrian are from outside India. Sikhism, Buddhism and Jainism, however, were born in India and have many points in common with the Vedas. The original culture of India has been the Vedic culture for thousands of years. ​ Within the cultural tradition of the Vedas, what is most different and unique about India is the exclusive millennial dedication of families to memorizing and studying the meaning of the Vedas. Culture and its preservation are based on those who keep the Vedas alive. The Vedas have a holistic view of the human being, and all its subjects, such as those of self-knowledge, health, science, the practice of yoga and pranayama, dance, theater, music, architecture and many others, are all connected to each other and covered in the Vedas. ​ Around temples, there have always been communities that supported the activities of the temples, in addition to rigorous study and teaching of the Vedas. Today we have this ancient practice still alive in South India. In the vicinity of the temples, teachers and students come together for classes in areas called Agraharam, where it is possible to hear Vedic chants practiced from an early age, throughout the day whenever we pass by. ​ Near the temples, we can find an atmosphere of tranquility, dedication and harmony, where teachers and students sing the Vedic mantras for the peace of all mankind. They are concerned with preserving peace in the whole community, across the country and in the world. The strict vegetarian diet and its daily practices focus on respect and non-violence towards any person, animal or element of nature, contributing to the peace and harmony of all. They see themselves as responsible for the tranquility and well-being of all; they offer prayers and rituals for everyone, not for themselves and their families exclusively. In protecting knowledge and with a lifestyle of dedication to all, these teachers and students have preserved the knowledge that has given structure to living culture across the country for thousands of years. ​ When we visit South India and see an Agraharam, an apparent and deliberate separation may strike us, as if these scholars and caregivers of the temples were arrogant and had an attitude of superiority over others. However, that is not the case. The Agraharams exist so that these scholars devoted to the divine can live a simple life dedicated to the studies and practices necessary for the peace and well-being of all, so that the whole community can enjoy their chantings, rituals and prayers. While they set an example and think of everyone, the other groups that make up society are also inspired to contribute to their tasks, so that everyone can benefit. As Sri Krishna says in Bhagavadgītā 3.11: ​ Parasparam bhavayantah sreyah paramavapsyatha. ​ By contributing together, everyone achieves the greatest good. And when everyone does their part, their dharma, everyone is blessed with well-being. Each inspires the other to fulfill their role, since the maintenance of dharma depends on all members of the community. Scholars, fulfilling their role with a view to the whole community, inspire everyone else to fulfill their roles as well. ​ All this complexity of Indian society may not be seen in some visits. The visitor may be led, by one’s own prejudices, to conclude that there is injustice and social disorganization, when in fact there is a different social structure that works. ​ In order to be able to truly see others and help, if necessary, it is essential that I can see them with their eyes, forfeiting my judgments and simply beholding a vision of others—that which is different—without letting my gaze be compromised and imprisoned. What is common to all human beings at their most basic level are the universal values, the dharma, but human expressions are infinite and all are valid and possible, as long as there is respect, sincerity and non-violence. ​ May each of us be able to protect the dharma and be prepared to welcome the forms of expression with surprise and delight at the mere variety that exists in the universe—the very forms of Ishvara. Hari om, Gloria Arieira Blog Return

  • Vidya Mandir | Bridges to be crossed

    Bridges to be crossed Gloria Arieira September 2019 Throughout our lives we have bridges to cross, changes to make, learning to complete. Brahman, however, is one and unchanging. It does nothing. It is through Maya Shakti that Brahman manifests the universe in all its beauty and logic, and intelligent order in great detail that is cohesive and functioning. One order, a pattern by which we can analyze the universe, is that of the gunas. The three gunas - sattva, rajas and tamas – respectively comprise knowledge, movement and that which is static (devoid of knowledge or movement). All three are essential and omnipresent in the universe. Another constant structure is the physical form of the body and the universe, which also has a subtle form, which is intellectual-mental, as well as an unmanifest form, which manifests itself in physical and subtle constantly. How many things are hidden before manifest; and many more manifest before disappearing, like the fading day, giving way to the night, like a desire that quiets down. In the body we talk about vata, pitta and kapha. In the mind, there are many expressions: clarity, desire, joy, anger, tiredness, sleep. All of which are in constant motion! And in each of our lives, there are bridges to be crossed, learning that must be done at various stages of life, which is yet another order that structures our universe – human life. The phases are mentioned in the Vedas as: student, married, retired and renunciant. In each phase there is a specific purpose, but all of them are permeated by the objective of reaching maturity for self-knowledge, and surrendering to it, which is the most meaningful purpose of a lifetime. Sama Veda has a beautiful and meaningful text. Setun tara. Dustaran. Akrodhena krodham tara. Shraddhaya ashraddham tara. Danena adanam tara. Satyena anrtam tara. Esha gatih. Etad amrtam. Iti Sama-vedah. Cross the bridges. They are difficult to cross. Cross the anger with the absence of the anger without being angry because you were angry. Cross the lack of trust by trying to trust by giving it a try. Cross the inability to give, by offering, by donating, through the attempt of giving, the exercise of giving. Cross the false by bringing the truth, the transparency, the clarity. This is the way. This is immortality (the way to discover immortality). Sama Veda. Our bridges are always difficult to cross. The bridges of others seem easy to us! To cross our bridges, we have to find out where they are. Our bridges are not only difficult to cross, they need to be recognized. They are hidden from us; they are part of our personality and we identify them as part of us. Therefore, we cannot see them as objects, as non-self, in order to cross them. They are part of a hidden side that is dark and invisible to us. This concealment can be compared to the hidden world of snakes, underground, where they are invisible, but then they surface. In the Vedic tradition, the snake represents the ahamkara, the ego, with all its illusions. The golden eagle, Garuda, represents knowledge, clarity, attacking the snake, but then releasing it, leaving it be. In the story of cobra and Garuda, we have the wise Kashyapa married to two wives: Kadru, mother of 1,000 snakes, and Vinita, the mother of Garuda. The snakes and their mother deceive Garuda's mother into serving them. But Garuda, after a long story, frees his mother from the snake curse, naga-dosha, by obtaining the nectar of Vishnu's immortality, amrtam. Garuda finally forgives the snakes, for they are his brothers. Snakes live underground in holes and care for the area where they live. They appear wrapped around Shiva's neck and body, symbolizing the ego, personality, which for Shiva is nothing more than a decoration, an ornament. They also represent samsara, the endless cycles of birth and death of living beings, since snakes change skin and continue their lives. Clarity of knowledge can destroy the ego, which is the illusory self, but then bring it to life in a free, illusion-free way. The ego returns in its beauty, unique and original, but now without the illusion of considering itself perfect. It takes its form without the illusion that it is the reality of the Self. With the knowledge of Brahman, we understand the form of the ego – with gunas, with beauty and ugliness, dynamic, changing, with all doshas, ​​the defects of limitation – and we can then welcome it as it is with its imperfections. The bridges to be crossed are those that blind and imprison us to personality, to ego. In crossing over them, we remain as we are, with different expressions, but always complete and satisfied by the eternity that we are. Om tat sat Gloria Arieira ​ Blog Return

  • Fotos Lançamento de livro 2018

    HOME VIDYA MANDIR AULAS REGULARES ESTUDOS ONLINE PUJA E CANTOS DOAR BLOG Contato Perguntas Frequentes Mais Galeria de Fotos 2018- Vidya Mandir Festividades, Puja, Viagens, etc. O Vidya Mandir comemora as datas festivas do calendário hindu com satsanga e puja. Todas as primeiras terças-feiras do mês (favor conferir na página “programação”) e nas sextas-feiras, há puja e satsanga para Sarasvati que é a dona do Vidya Mandir e outros devas e devis que estão em nosso altar. As fotos tiradas nestas ocasiões e em outras comemorações marcam os eventos e são divulgadas em nosso site de forma a vincular o Vidya Mandir-RJ com nossos membros em outras partes do Brasil e do mundo. • Visita de Ravi ao Vidya Mandir 20.março 2018 • Dia dos Mestres - Shankara - Livro Puja N. Ed. - Anv.Vidya Mandir 24.março 2018 Fotos Retornar Perguntas, comentários, referências e-mail:contatos@vidyamandir.org.br

  • Vidya Mandir | Versos e Mantras

    HOME VIDYA MANDIR AULAS REGULARES ESTUDOS ONLINE PUJA E CANTOS DOAR BLOG Contato Perguntas Frequentes Mais Versos e Mantras Mantra é a denominação dos versos ou frases dos Vedas; alguns mantras são curtos e usados para japa – a meditação com repetição de determinado mantra. ​ Antes das aulas, cantamos versos aos nossos mestres e às formas divinas que ocupam o altar na sala de aula. Cantamos também um mantra védico para a harmonia e o bom entendimento entre o professor e aluno/a. Muitos são os mantras e versos cantados no inicio das aulas, durante a Puja e em datas comemorativas que podem ser encontrados aqui. Apostilas de Cantos Básica Saṅkaṭa-nāśana-gaṇeśa-stotram Śrī-guru-stotra Śrī-śiva-pañcākṣara-stotram śānti-pāṭhaḥ Śrī-gaṅgā-stotram Śaṅkara Dīpāvali 108 nomes de Guru 108 nomes de Gaṇeśa Mahishaasura-mardini Versos básicos para as aulas de Vedanta .pdf para download Versos Iniciais Invocação aos Mestres Invocação para a Paz Mundial Bhagavadgita Prarthana Satpadi Orações em 6 partes Canções da Tradição Védica NOTA: A faixa 23 (Ganapati Mantra) e a faixa 24 (Bhadram Karnebhih) referem-se a versos védicos e devem ser aprendidos com um professor. Puja e Cânticos Retornar

  • Vidya Mandir | Editorial Janeiro 2008

    Reverência à Ordem Editorial 2008-Janeiro Gloria Arieira Os Vedas têm uma visão de que tudo o que existe vem de Brahman, o Absoluto que é a causa da criação. A começar pelo tempo e o espaço, tudo está incluído no conceito de Deus, Isvara. Do espaço vem o ar; deste vem o fogo; deste, a água e, por fim, a terra. Tudo que existe tem uma causa única que é Brahman. Esta visão de manifestação de um universo único que é Isvara e da ordem cósmica que o mantém em adequado funcionamento traduz-se numa atitude de reverência a tudo o que existe porque é a forma de Isvara; é Isvara! A reverência ou bhavana é para com cada aspecto do universo, seja a um livro, que é Sarasvati, ou a flores, jóias, dinheiro, que é Mahalaksmi. Ao rio Ganges, que é o fluir do conhecimento, ou ao fogo. A reverência é, ao mesmo tempo, uma gratidão à ordem cósmica que tudo mantém coeso. Seja minha vida, meu corpo, a expressão da natureza, de cada animal. A ordem que faz com que cada objeto seja o que é, cada pessoa ou expressão da natureza seja o que é, manifestando suas características específicas sem sair da ordem. Minha mente e meu intelecto têm uma lógica e funcionam de forma que podem ser entendidos, assim também meu corpo e todo o universo. A reverência ou bhavana é para com cada aspecto do universo, seja a um livro, que é Sarasvati, ou a flores, jóias, dinheiro, que é Mahalaksmi. Ao rio Ganges, que é o fluir do conhecimento, ou ao fogo. A reverência é, ao mesmo tempo, uma gratidão à ordem cósmica que tudo mantém coeso. Seja minha vida, meu corpo, a expressão da natureza, de cada animal. A ordem que faz com que cada objeto seja o que é, cada pessoa ou expressão da natureza seja o que é, manifestando suas características específicas sem sair da ordem. Minha mente e meu intelecto têm uma lógica e funcionam de forma que podem ser entendidos, assim também meu corpo e todo o universo. Como seres humanos, só podemos apreciar a beleza e a perfeição da ordem que tudo mantém, sermos gratos por fazermos parte dela e termos meios para entendê-la. Eu, pessoalmente, não tenho poder sobre o universo ou sua causa. Sou grato, rendo-me a esta grandeza que me inclui, confio em sua perfeição, suspendo meus gostos e aversões e, sem reagir, reverencio o Todo cedendo minhas exigências e acolhendo o que vem, porque vem de Isvara. Esta visão é dos Vedas e quem compartilha dela percebe a diferença que faz em sua vida. A diferença está na apreciação do universo como um todo que possui uma ordem, e que é perfeito porque tudo que faz parte dele obedece à mesma ordem. Cada um de nós, seres vivos, não é sozinho, nem isolado, mas faz parte do todo e pode apreciar este fato. A diferença se faz então na atitude de reverência e gratidão que consegue neutralizar a força dos gostos e aversões – faço sempre a minha parte e o que vem para mim está sempre dentro da ordem. Desejo que cada um da família Vidya Mandir possa trazer essa diferença á sua vida em 2008. om tat sat ​ Editorial 2008-Fevereiro Gloria Arieira HOME VIDYA MANDIR AULAS REGULARES ESTUDOS ONLINE PUJA E CANTOS DOAR BLOG Contato Perguntas Frequentes Mais Isvara é revelado nos Vedas como a causa e a manifestação do Universo, a Ordem Cósmica que mantém cada coisa atuando a seu modo e, ao mesmo tempo, mantém o todo funcionando em coerência. Ele é o absoluto que com o poder de fazer aparecer, o poder de maya, torna-se manifestado como o universo dual. Entender Isvara é entender, ao mesmo tempo, a si mesmo como indivíduo, jiva, e como Atma, o Eu livre do tempo e do espaço. É trazê-lo para sua vida diária na aceitação de si mesmo e do outro, compreendendo a verdade absoluta que tudo une. Tudo o que jiva deseja é ser aceito e aprovado como bom e suficiente. Mas parece que cada um sempre poderia ser diferente, poderia ser melhor em todas as áreas de sua vida. Nasce então a frustração e a falta de solução, pois por mais que tentemos, nossa limitação como humano é sempre evidente. Não conseguimos aceitar a nós mesmos e aos outros. Não se faz necessário adotar uma visão negativa e sem solução de nós mesmos e da vida. Tampouco uma visão positiva, torcendo e tentando acreditar que tudo vai dar certo, ainda que não haja lógica para esta crença. Será que existe uma outra opção? A solução é trazer Isvara para sua vida. É aceitar o universo como é, pessoas e situações como são, sempre com o esforço do melhor. Perceber a Ordem em todo lugar. Acolher o adverso sem julgamento. Permitir que pessoas e situações sejam como são, sem desejar que sejam diferentes. Compreender que todo o universo funciona dentro de uma ordem, inclusive cada pessoa age da maneira possível para sua história de vida. Não pode ser diferente. Aceitar é amar. Apreciar os fatos e acolhê-los é amar. Permitir que o universo seja como é, é amá-lo, é entender e trazer Isvara para sua vida. om tat sat Aceitação Editorial 2008-Março Gloria Arieira Uma Viagem à Índia Setembro 2007 Andar por lugares especiais, onde a natureza é exuberante e onde pessoas especiais por suas conquistas espirituais viveram, onde suas presenças ainda podem ser sentidas. Com atitudes de reverência, de respeito e amor pelas pessoas e os lugares onde estiveram por algum tempo. Reverência pela presença de um templo onde está representado e cultuado o divino em uma de suas muitas formas. E usufruir do lugar, da santidade e quietude do lugar, da presença divina e da congregação de visitantes que têm ido ao lugar ao longo dos tempos. Usufruir sendo inspirado pelo lugar e levar essa inspiração de volta para casa. Tudo isso é o significado de peregrinar. Fomos, um grupo na maioria constituído de estudantes de Vedanta, menos um filho e um marido, andar na Índia. Escolhemos dois grandes templos no sul – um dedicado a Vishnu, outro, a Shiva. São grandes e imponentes templos com arquitetura antiga e tradicional do sul da Índia, nas cidades montanhosas de Tirupati e Tiruvannamalai. Ao norte andamos muito, fomos a cidades onde viveram os sábios, os rsis, como Veda Vyasa e o grande Shankaracarya. O rio Ganges, Gangaji, nos acompanha quase o tempo todo. São quatro cidades principais – Gangotri, Yamunotri, Badrinath, Kedarnath, chamadas Chardham. Dessas, visitamos duas. Ao sair de Delhi a primeira cidade aos pés dos Himalayas, montanhas geladas que foram o lugar de refúgio para os sábios, yogis e buscadores do autoconhecimento, é Haridwar, dwar – a porta, para o senhor, Hari, aquele que elimina a maior causa de nosso sofrimento, a ignorância de si mesmo. Depois vem Rishikesh e então, a partir daí, estradas e caminhos nos levam à vastidão dos Himalayas, que se estendem além do atual território indiano. Buscando a fonte de Gangaji, que mais do que rio é o fluir do conhecimento dos Vedas através de gerações de mestres e discípulos, vamos até Gomukh, o grande glaciar de onde brota o rio. Um lugar especial, a 4200m de altitude, mais perto do céu do que qualquer outro lugar. O ar puro, rarefeito, montanhas com neve ao redor, grandes pedras e plantas típicas do lugar. Ali estiveram muitos sábios e devotos da verdade. Gomukh significa boca da vaca, uma abertura de gelo de onde nasce Gangaji que flui até a Baía da Bengala purificando os lugares por onde passa e aqueles que se banham em suas águas, conforme é dito nos Vedas.Uma caminhada de 18km de Gangotri nos leva à Bhujbasa e depois mais 4km até Gomukh. Até hoje são muitas as adversidades até chegar lá. Evidentemente não existem pousadas ou restaurantes no caminho, tão pouco estrada ou condução, a não ser alguns burricos. O sol é forte durante o dia e as noites e manhãs são frias. No caminho são pedras, precipícios, pinguelas. Cada andarilho com seus pensamentos olha atentamente o caminho a ser seguido e vislumbra a natureza bela ao seu redor. Algumas vezes caem leves pingos de chuva no verão. Gangaji nos acompanha, às vezes ao nosso lado, outras vezes lá embaixo, bem longe. Dizem que as águas das montanhas de neve dos Himalayas encontram uma saída dentro desse glaciar e dali saem formando o rio Bhagirati – Ganges. As águas são gelo derretido, muito frias, as montanhas imponentes ao redor, o céu azul com algumas nuvens e nós, peregrinos, encantados com a grandeza de Ishvara. E satisfeitos pela realização de, apesar das adversidades, termos chegado lá. A experiência é de alegria, satisfação, apesar do cansaço. Entre formas de alegrias que podem ser alcançadas, a alegria sattva é esta, o encanto da beleza e paz, alcançada pela contemplação do belo e divino em nós e no Universo, o todo que é Isvara. Dizia Swami Tapovan, que é muito diferente da alegria rajas que nasce do prazer dos sentidos em contato com os objetos e da atração entre um homem e uma mulher. A alegria sattva traz tranqüilidade e paz consigo mesmo, em si mesmo. Bhujbasa era uma floresta de bhuj no meio do caminho para Gomukh, Hoje não há mais vestígio da floresta, mas há uma parada, uma cabana para descansarmos, beber e comer alguma coisa. No caminho de Rishikesh à Badrinath estão cinco conjunções de rios sagrados – Panchaprayag. O primeiro é Devaprayag, a união de Bhagirathi-Ganga, que vem de Gangotri e Alakananda, que vem de Bhadrinath. Ali há um templo dedicado a Sri Rama que ali esteve fazendo tapas, ascese, quando mais velho. Depois vem a cidade de Srinagar e a seguir Rudraprayag que é a junção de Mandakini (de Kedarnath) com Alakananda. Depois, Karnaprayag, lugar da união de Pindara e Alakananda. A seguir, Nandaprayag e por fim, Vishnuprayag. Sri Krsna diz na Gita que entre todas as coisas do universo ele, Ishvara, está mais evidente em alguns lugares. Um desses é o Himalaya. A cadeia de montanhas com seus picos de neve às vezes dourados às vezes prateados. O rio que se entrelaça na montanha, a vegetação típica de arbustos, pedras, rochas, a cada virada na estrada encontramos um novo encanto e beleza exuberante. A paz, o silêncio ao redor, contrastando com o som das águas do rio, a voz de Gangaji às vezes sussurrando ao nosso lado, outras muito longe. O amor à natureza, à quietude e à estar só faz com que a pessoa se encante, apesar da ausência de confortos e distrações. A partir de Rishikesh todas as estradas nas montanhas nos Himalayas, os lugarejos, lugares de peregrinação, tirthas, são encantadores e ainda emanam a presença de sábios, yogis, devotos, ascetas que viveram ou visitaram o lugar. Vale a pena uma visita a Gangaji em qualquer um desses lugares e um mergulho em suas águas, ao menos uma vez na vida. Dizem os Vedas que um mergulho sequer lava a pessoa de todo o papam, do resultado de ação negativa feita no passado pela pessoa. Naturalmente que não podemos levar ao pé da letra. Ganga é o fluir do autoconhecimento e um mergulho no escutar, refletir e contemplar sob o ser liberta a pessoa da causa de todo sofrimento, a ignorância de si mesmo, de sua natureza eterna. O entendimento do mahavakya – tat tvam asi, através do que a pessoa pode dizer do fundo de seu coração e entendimento – aham brahma asmi. Esta é a maior peregrinação, ao ser eterno, o atma brahma, escondido na escuridão da ignorância. Visitá-lo requer tomar a iniciativa da peregrinação. E ao mesmo tempo se inspirar nos Himalayas. Om tat sat. ​ Editorial 2008-Abril Gloria Arieira Índia 2007 - Uma Viagem Haridwar é a porta para os Himalayas. De Delhi pode-se pegar um trem, ônibus ou táxi e depois de algumas horas chega-se a Haridwar, hoje um razoável centro urbano. No centro há uma torre que é avistada de longe e o rio fluindo forte. Para se banhar os devotos se agarram em correntes de ferro para não serem levados pela correnteza. No pôr do sol é feito um grande oferecimento com cantos védicos e arati, oferecimento de fogo ao rio com enorme chama. Pessoas oferecem barquinhos de folha com flores e uma chama acesa em lâmpada de barro. Com muita reverência e devoção muitos congregam ali diariamente. A seguir temos a cidade de Rishikesh onde antes havia inúmeros ashrams e cabanas de ascetas e renunciantes, hoje uma vibrante cidade com todo o conforto possível, agregando pessoas de todo o mundo. O mercado é grande e variado, objetos devocionais, de ayurveda, livros, roupas e jóias, utensílios de casa. Existem muitos ashrams com aulas, práticas espirituais e atividades devocionais como o Swami Dayananda Ashram, Swami Shivananda Ashram e o Kailas Ashram, os mais conhecidos. Também na beira do Ganges, em vários pontos, são oferecidos cantos e arati numa atmosfera de devoção. As pessoas se banham e oferecem orações e barquinhas iluminadas. Ganga é forte, profunda e brilhante. A água torna-se verde, azulada e cinza. O ashram do Swami Dayananda é distante do centro e também das pontes que ligam as duas margens; fica em um lugar um pouco mais calmo, e do outro lado da margem não há construção, somente a mata verde, como já foi um dia todo o lugar. Saindo um pouco de Rishikesh estão dois lugares ainda especiais pela natureza, a vista ao redor e a santidade do lugar associado à presença de rsis. Vasistha Guha é uma gruta onde o sábio Vasistha viveu e meditou e Ganga ali é brilhante, suas águas sempre frescas e límpidas. Adiante, subindo uma escadaria de 345 degraus, temos um templo dedicado à Devi, Kunja Puri. Os brahmanas que tomam conta do lugar são simples e devotos; a vista da amplitude dos Himalayas é esplendorosa! De Rishikesh passamos por Tehri, a capital do estado, e chegamos a Uttarkashi, hoje um grande vilarejo, muito movimentado com comércio variado. Para nós é um lugar especial porque Swami Chinmayananda, mestre de Swami Dayananda, viveu e estudou ali durante alguns anos, e muito mais tarde, em 1977, eu também passei um tempo estudando e usufruindo do lugar com meus colegas de ashram e Swami Chinmayananda. Na frente do ashram Swami Tapovanji oferecia a Gangaji os doces que ganhava dos devotos que vinham visitá-lo da planície. Mandava os brahmacaris levar e oferecer os doces; eles, cheios de desejo por comer ao menos um, ofereciam toda a caixa. Swamiji sabia que vairagya, a renúncia, não é fácil, nem é possível através de mero esforço e rigor, mas requer uma maturidade que nasce de constante discriminação. Ele acreditava nesse exercício de discriminação para que seja possível viver entre os objetos do mundo em constante e natural desapego a eles, por ter descoberto um coração satisfeito em si mesmo, por si mesmo. Isto é o que faz o renunciante, o sannyasi verdadeiro. De Uttarkashi fomos para Gangotri, passamos a noite num lindo e florido acampamento fixo em Harsil, com macieiras cheias e um pequeno templo ao fundo. De manhã, seguimos para a entrada da reserva cujos caminhos estreitos, entre pedras, atravessando rios, a céu aberto, rodeados de montanhas grandiosas e picos nevados levam a Gomukh. No início alguma vegetação típica do lugar, depois principalmente pedras e o rio acompanhando, aqui e ali uma parada para comer e beber alguma coisa, em Chirbasa e Bhujbasa, dois pontos onde haviam florestas outrora. Dormimos em acampamento precário, mas com o luxo de refeições preparadas no local. No dia seguinte fomos também andando, por 2 horas, à origem do Ganges. Gomukh é realmente especial, se estivéssemos menos cansados poderíamos ter apreciado mais cada detalhe. A exaustão nos permitiu somente tirarmos as botas, molharmos a cabeça e o corpo, sem mergulhar, e fazermos cantos e orações a Ganga Devi. Somente 2 de nós conseguiram mergulhar de corpo inteiro! Dali voltamos, alguns a pé e outros de burrico, para Bhujbasa e depois, no dia seguinte, para o acampamento fixo para a noite, antes passando no templo de Gangotri, branco, pequeno, um jóia no meio do vale. Alguns devotos de várias partes da Índia e nós sentamos ao redor para relaxar. Pegamos a estrada novamente, dessa vez em direção a Badrinath. Longa estrada, linda vista, alguns povoados. Dormimos em Rudraprayag, passeamos e seguimos para Badrinath que fica rodeada de montanhas. O templo em Badrinath foi re-estabelecido por Sri Sankara que levou um nambudiri brahmana de Kerala (sua terra natal) para conduzir os rituais. Olhando para o templo e seus arredores, lágrimas caem dos olhos de todos nós. Ao redor estão flores várias e algumas kundas, piscinas de água quente natural. Dizem que existem rochas sulfúricas nos Himalayas, delas saem chamas de fogo e quando a água passa por essas rochas ela ferve e sai formando piscinas de água quente. Os peregrinos tomam banho quente nessas piscinas apesar da baixa temperatura externa. É dito que Veda Vyasa passou longos anos em Badrinath e por isso ele teria o nome de Badarayana. Pouco além de Badri há uma vila chamada Mana, lá há a caverna de Vyasa, onde ele teria escrito o Mahabharatam com a ajuda de Ganesha. Além disso, foi ali que passaram os Pandavas e Draupadi a caminho de svarga-loka. Em Mana, com muitas flores ao redor, entre rochas, brota o rio Sarasvati. Emocionante e encantadora a beleza de Isvara! É tão fácil apreciar a sua grandeza e onipresença ali. O samadhi é o momento onde desaparece a diferença entre o meditator, meditado e meditação, os três desaparecem e somente o Eu brilha. A própria mente torna-se uma com sat-cit-atma, assim como no arati, a câmfora torna-se uma com o fogo. Visitamos ainda Joshimath, meditamos debaixo da árvore onde Sri Sankara meditou e visitamos o Math, o centro de estudos estabelecido por Sri Sankara e onde, desde seu discípulo Totakacarya até hoje, há um Sankaracarya responsável. Voltamos para Rishikesh passando pelos Pancaprayag, lugares de confluência de 2 rios sagrados, como o Bhagirathi, Ganga, Alakananda, Mandakini, Pindara. São esses: Visnuprayag, Nandaprayag, Karnaprayag, Rudraprayag e Devaprayag, antes de chegar a Rishikesh. O objetivo da peregrinação é a apreciação da natureza absoluta do Eu – advaitam Brahman e da beleza, da grandeza e harmonia da natureza que é a expressão de Isvara. Om tat sat Editorial Retornar

  • Vidya Mandir | Perguntas Frequentes

    HOME VIDYA MANDIR AULAS REGULARES ESTUDOS ONLINE PUJA E CANTOS DOAR BLOG Contato Perguntas Frequentes Mais 1. Segundo Vedanta, o que seria o relativo e o absoluto? Tratamos em Vedanta de três ordens de realidade. A realidade absoluta que é imutável, que chamamos Brahman ou Atma. A realidade relativa que existe relativamente e está em constante mudança. Quando dizemos que não é real, é porque não é absoluta. É ilusão pois parece real, mas descobrimos que não é real. Nada no universo é uma coisa só. Existem várias maneiras de olhar. Uma mesa é mesa, mas é madeira, também é um tampo com pés etc. E temos a realidade subjetiva, que é real somente para uma pessoa; como um sonho ou um ponto de vista. 2. O que posso fazer no Maha-shivaratri? Sempre no Maha-shivaratri você pode oferecer um jejum, pode ser deixar de comer algo que goste muito, ou comer só frutas durante o dia. Nesse dia ficamos mais quietos e fazemos mais meditação. E quando há um grupo, nos unimos para cantar om namah shivaya juntos. No Vidya Mandir, cantamos por 12 horas, sempre temos 2 pessoas liderando o canto por meia hora. Por fim, cantamos todos juntos. 3. Tenho sentido a necessidade de ter uma rotina de tapas diariamente, o que posso fazer? Você pode cantar Hanuman Chalisa, se você souber cantar. Pode também praticar yoga e meditar. 4. Até que ponto a busca pelo autoconhecimento e o estudo de Vedanta podem fazer com que a pessoa valorize muito o seu Eu, provocando assim um distanciamento do convívio com a família e dos outros que estão a sua volta? Existe esse risco quando a pessoa mergulha muito no ensinamento e não é devidamente orientada por profissionais competentes e qualificados? Arjuna, na Bhagavadgita, também tem essa dúvida e Krishna responde a ele. É muito bom ter um convívio com a família, seja a família ampliada, de pais, irmãos, primos, avós etc, ou a família nuclear de companheiro/a, filhos. É o relacionamento de igual, como temos com família e amigos, que nos dá a oportunidade de maturidade emocional. Valorizar demais o Eu, que você menciona deve querer dizer enfatizar demais a vida espiritual e menos a vida no mundo. Ambas são importantes, e se a pessoa começa se afastar do mundo, tem algo errado. É verdade, a pessoa pode ser orientada por pessoas que não têm tanta clareza sobre a vida espiritual e material. Para orientar outros precisamos de clareza, desprendimento e experiência de vida. Até isso é falado nas Upanishads. Exageros não nos fazem bem. 5. Em uma de suas aulas você diz que todo indivíduo já é a paz que procura, e isto é da natureza humana. Não ficou claro se um indivíduo tem a natureza agitada (entendendo que os indivíduos são diferentes e reagem diferentemente) terá que modificar toda sua natureza para encontrar a paz que ele já é. A agitação do indivíduo só existe por conta das oscilações dos pensamentos? Não há indivíduos com natureza agitada? Pessoas com muita energia? A natureza básica da pessoa é paz. Poucos momentos conseguimos perceber essa paz que é natural e experienciada em vários momentos de felicidade. Para a paz não é necessário fazer nada, somente soltar os apegos, medos, ansiedades que estão na mente. É preciso soltar, mas não é necessário adquirir algo. No sono profundo, quando a mente não funciona, a pessoa está bem. Mas não quer dizer que temos que acabar com a mente para estar em paz. Paz é uma completude, ausência de desejo: estou bem, não quero nada. A paz não nasce de companhia, de conquistas, elogios ou reconhecimentos. Mas a paz é reconhecida em momentos em que a agitação da mente desaparece. Não só a agitação, mas o apego e a identificação com a agitação. A mente de fato parece ocultar a paz que é o Eu básico. Ela não oculta, mas nossa identificação com a mente, os pensamentos e emoções não nos deixa ver além desses. Pessoas agitadas, com muita energia são ótimas, pessoas calmas também. A natureza da mente não faz diferença. O apego aos pensamentos e emoções sim. O Eu é paz independente da mente. Mas, no momento que a mente é mais objetiva, reconhecer a paz é mais fácil. 6. Qual seria a melhor forma de explicar a diferença ou semelhança sobre os termos: Atma e Ishvara? Temos as palavras: Atma e Ishvara. E ainda tem Brahman. Atma e Brahman têm exatamente o mesmo significado. Atma quer dizer eu; Brahman quer dizer o livre de limitação. São dois enfoques diferentes para a mesma coisa, que é a realidade absoluta. Ishvara é a causa da criação; causa inteligente e material da criação. Que é Brahman, mas através do poder que faz o universo aparecer, sem Brahman sofrer qualquer transformação. Esse poder é chamado de Maya. Dizemos que é um poder, shakti, pois não é uma realidade vista ou experienciada em si mesmo, mas tem alguma existência pois vemos seu efeito, seu poder. O poder de fazer aparecer. O universo aparece, e a causa é Ishvara, Brahman através do poder de Maya. Veja que não é Brahman, mais Maya, pois se fosse, teríamos uma dualidade, e não uma não-dualidade. Não-dualidade é chamado pois apesar da criação ser experienciada, ela não tem realidade absoluta. Tudo o que de fato existe é Brahman. 7. Buscamos soluções (para o vazio existencial) em quatro áreas diferentes. Quais seriam? Buscamos na vida, todos nós, basicamente 4 coisas, para lidarmos com nossa sensação de carência e limitação: Segurança; Prazer; Fazer o bem para outra pessoa e assim se sentir significativo e; Liberação da sensação de limitação. Em sânscrito temos: Artha; Kama; Dharma; e Moksha. 8. Na introdução 2 do livro do Yoga Sutras, fiquei com dúvida, no segundo parágrafo quando é falado de um pensamento específico em que sujeito e objeto são idênticos. Qualquer pensamento inclui o pensador, o pensado e o pensamento. Eu, o pensador posso pensar em carro, o carro é o objeto. E o pensamento tem a forma do objeto: carro. Quando ao estudar Vedanta entendo sobre a natureza do eu, eu sou o pensador (como sempre), sou o pensado (objeto do meu estudo) e a forma do pensamento é o eu que foi entendido. Os três não são diferentes, como ao pensar em carro. Os três são iguais. Então é um pensamento específico onde os três são um só. 9. Em quais textos posso encontrar o estudo completo das gunas? Você poderá encontrar o senhor Krshina explicando a Arjuna sobre Gunas no capítulo 14 da bhagavadgita. O estudo da Gita dá uma visão completa sobre o assunto. Também encontrará um pouco sobre Gunas no tattvabodhah 10. A Bhagavadgita fala sobre o conhecimento da verdade última do Eu, ou seja, a natureza essencial do ser humano. Se somos ATMA, livre de limitação, morando na cidade de nove portas, se somos a consciência que dá verdade ao corpo, então, quem acumula karma? Advaita Vedanta tem como objetivo o entendimento do Eu independente do corpo e da mente. Saber a natureza essencial do Eu para poder viver no mundo relativo através do corpo e da mente. O Eu básico é o Atma, mas a experiência do ser humano é do Atma através do corpo e da mente. Esses dois - corpo e mente - são identificados como Eu mas não são exatamente o Eu. É como se o Atma tivesse assumido uma forma. De fato, não assume, mas há uma identificação. Como um pote de barro, que na verdade é barro, mas se identifica com a forma “pote”. Dentro da realidade relativa o jiva existe. E é ele que carrega o karma, faz ação e recebe o resultado da ação, positivo e negativo. Na experiência da vida, o jiva não reconhece sua verdade e precisa conhecê-la. Ele sofre devido a essa ignorância, e nasce repetidas vezes para entender quem é com clareza. Se olhamos para todo o universo, que inclui os jivas, todo o universo, seu funcionamento e tudo nele é o Criador, Ishvara. O jiva tem que entender que como indivíduo é parte de Ishvara; mas basicamente é Atma que nunca nasceu nem possui uma forma. 11. Ao comentar sobre os 3 estados de experiência (acordado, sonhando, sono profundo), é dito que os sonhos são um acúmulo das experiências que vamos vivenciando no dia a dia e conforme os impasses, conflitos que vão surgindo, a própria mente vai lidando ao seu modo com tudo isso e de certo modo, resolvendo. Mas como ficam as questões dos sonhos presságios, premunições que sabemos que acontecem? E também essas experiências fora do corpo, ditas viagens astrais? Sim, o sonho traz imagens e vivências do acordado e recria de forma peculiar. Mas existem outros tipos de sonhos, como você mencionou, onde a mente informa sobre algo que poderá ou irá acontecer. Esse tipo de sonho pode acontecer, e tem uma relação também com experiências acumuladas do mundo acordado. Como isso não é o comum, não é mencionado. As chamadas viagens astrais, quando o corpo sutil sai do corpo físico, também não são comuns na vida das pessoas em geral. Estão sim relacionadas ao corpo sutil. É uma possibilidade, e muitas pessoas se esforçam para terem essas experiências. Outras têm naturalmente; podem ter se esforçado em outra vida. 12. Gostaria de ouvir e ler um pouco mais sobre Hiranyagarbha e como diferenciar o que provem da mente cósmica e o que vem da "minha" mente individual. Esse primeiro pensamento, essa ocorrência pode vir da mente cósmica e as vezes do indivíduo? " No segundo áudio do Yoga sutra de Patanjali, a professora Gloria menciona: ... o primeiro pensamento não é escolhido por você, é uma ocorrência numa ordem lógica do próprio Hiranyagarbha/Mente Cósmica ou na lógica da psicologia clássica, dentro das possibilidades do conteúdo de sua própria mente/experiência/vida... " Resposta: Mencionei Hiranyagarbha em algumas aulas do Yogasutras. O conceito de Hiranyagarbha nos Vedas é algo que surpreende e nos relaxa ao entendê-lo. O mundo físico é considerado em sua totalidade, pois tudo que existe é feito dos mesmos cinco elementos e obedece às leis da física. Da mesma forma existe uma totalidade no mundo dos pensamentos que também obedece à lei da psicologia, ou seja, as leis que governam os pensamentos e as relações entre os pensamentos. Por exemplo, frente a uma situação de injustiça, a mente vai produzir de imediato (sem escolha ou deliberação da pessoa) um pensamento que poderá ser de raiva, irritação, recolhimento e medo, ou outro. O que pode ocorrer na mente frente a uma injustiça está na ordem psicológica e ao mesmo tempo na ordem de uma determinada personalidade (que pertence à ordem cósmica) e é uma resposta automática. Como é automática, vemos que não depende da pessoa, está na ordem das possibilidades psicológicas. Depois desse primeiro pensamento, o que se faz depende de nossa volição, nossa escolha. A primeira resposta ou reação é automática, pode ser positiva, negativa ou neutra. Depois disso, a resposta a seguir é nossa responsabilidade. Assim se entende Hiranyagarbha. 13. Na aula 2 dos Yogas Sutras, é colocado citta como mente. Minha dúvida é: mente não seria manas que assim como buddhi (intelecto) e ahamkara(ego) fazem parte de citta? Numa das primeiras aulas do Yogasutras, eu explico que o nome técnico para a mente como um todo é antahkarana. Antahkarana é constituído de pensamentos, fluxo contínuo de pensamentos. Dependendo do tipo de pensamento a mente tem 4 nomes: · manas ou manah = pensamentos que oscilam · buddhi = pensamentos de determinação · ahamkara = pensamentos de determinação do eu (eu gosto, eu quero, eu não quero, eu sou, eu não sou etc) ou o ego · citta = pensamentos de lembrança, a memória, o arquivo de memória Para explicar os quatro tipos de pensamentos usamos essas quatro palavras e suas definições. Porém, a mente, antahkarana, não é feita de compartimentos ou divisões. Para mostrar isso, um desses nomes (manas, buddhi, citta e ahamkara) é às vezes usado um pelo outro. Citta-vrtti é o pensamento da mente, citta aqui é a mente como um todo. Pode parecer estranho, mas na Bhagavadgita Krishna faz isso também. 14. Sou gêmea univitelina e em alguma aula foi comentado que a Bhagavadgita fala sobre todos os temas, gostaria de saber como a Bhagavadgita faz a abordagem dessa particularidade da nossa existência. A família onde nascemos, em especial nossos pais e irmãos, são muito significativos para a vida que viemos viver e as lições e maturidade que devem ou podem acontecer. É mais significativo ainda nascer tendo um irmão ou irmã gêmeo/a. Mostra haver grande conexão com outras vidas já vividas e experiências importantes a serem vividas agora. Algumas podem ser prazerosas e outras difíceis, porém todas muito importantes. Os gêmeos podem se ajudar de formas diferentes a fazer aprendizados importantes e relevantes. Os irmãos de Arjuna, Nakula e Sahadeva, são gêmeos. 15. Qual a diferença entre consciência e espírito? Nos Vedas usamos a palavra caitanya ou cit como consciência; não como a consciência mental ou intelectual, mas como a consciência em si, base para toda e qualquer forma de consciência, mental etc. Não usamos a palavra espírito, mas considero que seja a consciência individual, o âmago da pessoa, aquilo que ela mantém quando o corpo morre. Nesse caso, seria traduzido como o jiva, o ser individual que nasce com um corpo e mente, morre e renasce num processo contínuo até o autoconhecimento. 16. Qual é a diferença entre um avatara e um sábio, já que o sábio atingiu a liberação e tem consciência de si mesmo como Brahman, livre de limitação. O sábio, após a morte do corpo material, mantém alguma individualidade? O sábio não necessita mais voltar ao corpo físico, já que não tem mais Karma e está livre da ignorância, certo? Mas se ele volta, para a proteção do dharma por exemplo, aí ele é um avatara? Um sábio, como você disse, é uma pessoa que estudou e adquiriu claro conhecimento do Eu que é livre de limitação, Brahman. Devido a esse conhecimento, não terá novos nascimentos. Um avatara é um nascimento ou manifestação de Ishvara, na forma humana, mas sem karma, para uma função específica no mundo. Geralmente o sábio não nasce de novo, mas é dito que, se antes de alcançar a liberação final, o sábio quiser muito nascer para ajudar as pessoas, isso poderia acontecer. Mas é realmente raro, pois sempre têm outras pessoas para ensinar e ajudar a humanidade. 17. Na aula da Bhagavadgita capítulo 4 é dito que "Ishvara sempre dá o resultando do que pedimos". Em que sentido? Pois, na ilusão, fizemos as ações/esforços e já esperamos um resultado, porém, nem sempre o resultado vem como o esperado. Ishvara sempre dá o resultado adequado, correto, de nossas ações. Pois o resultado de uma ação vem de leis cósmicas que governam as ações e seus resultados. Isso não quer dizer que dá o que pedimos, mas dá o possível como resultado da ação feita em determinado momento. A ação é feita devido a um desejo. Mas o resultado da ação sempre pode ser: · igual ao desejado · menos do que o desejado · mais do que o desejado · completamente diferente do desejado Mas, em qualquer dessas opções, o que vem está de acordo com a ação feita. É o resultado correto para a ação feita. Pois Ishvara não tem desejo pessoal, governa leis universais. 18. Qual a visão do Vedanta sobre a renúncia? Na introdução do capítulo 5 da Bhagavadgita falo sobre renúncia. O Vedanta não tem linhagem específica. A linhagem é o fluxo contínuo de mestres e alunos; sejam esses casados ou renunciantes. A renúncia enfatizada é a da ignorância. Mas também da ilusão e confusão na forma de apego a conceitos falsos. Não há exigência para que o estudante seja um renunciante. A Bhagavadgita fala tanto para o karma-yogi como para o sannyasi (um renunciante). 19. No estudo da Bhagavadgita Capítulo 6, é dito que "é no jogo da vida, de ações e de respostas, que se aprende. Não é se isolando em casa que vamos aprender". Poderia comentar? Para estudar Vedanta precisamos de: · escutar (shravanam) a Shruti que são os Vedas · refletir (mananam) com suporte da lógica, yukti · contemplar (nididhyasanam) para ter a visão clara: anubhava Muitas pessoas pensam (até mesmo Arjuna também pensou no início da Bhagavadgita) que para adquirir o auto-conhecimento se faz necessária a dedicação total, e um isolamento em algum ashram ou monastério. Por algum tempo pode ser bom, mas não é necessário. O isolamento aqui significa não se relacionar com ninguém e só estudar, refletir sozinho e meditar. Muitas vezes isolar-se é uma fuga, pois é fato que os nossos problemas parecem nascer quando nos relacionamos com o outro, com o mundo. Mas é no relacionamento com o mundo que aprendemos a ter maturidade emocional, que é tão necessária para o estudo. Nesse momento estamos isolados socialmente, não nos encontramos pessoalmente, mas não é um total isolamento pois nos falamos por mensagens, telefonemas por áudio e vídeo, ligamos a TV, sabemos notícias, podemos assistir a filmes e até a shows e peças de teatro. No isolamento de um ashram não temos nada disso. É importante nos relacionar com o outro para aprendermos sobre nossos desejos, expectativas e reações. Nos isolarmos muitas vezes é fuga. Mas podermos estar só, aprender a estar só e estar bem, em paz, é muito importante. O equilíbrio é a melhor opção; melhor do que os extremos. 20. É muito comum em livros de yoga ler a palavra Atman e confesso que para mim soava com o significado de alma. O que posso entender como alma? Alma é uma palavra que precisamos entender exatamente o que queremos dizer com ela. Alma pode ser o corpo sutil (prana, mente e intelecto) do indivíduo (jiva) que adquire um corpo físico, e quando este morre, renasce em outro. Alma geralmente não é sinônimo de Atma, o Eu, pois o Atma não nasce nem morre, e é um único. O Eu básico é livre de limitação, por isso é chamado de Brahman. Essa Consciência, que é chamada de Brahman, pode ser vista na forma de jiva (o indivíduo) e de Ishvara (o criador, mantenedor e transformação do universo). A diferença entre jiva e Ishavara não está na Consciência, mas sim na forma. Assim como a água é vista na forma de uma onda individual e de oceano. 21. É dito na Bhagavadgita: Se o Jiva vai voltar ou não para uma nova encarnação o Eu não tem nada com isso. O Eu seria nossa centelha divina que nada faz? Do ponto de vista do Absoluto, Brahman, não há nascimento. Brahman é sempre o mesmo, só precisa ser conhecido. Mas do ponto de vista do indivíduo, que é chamado de jiva em Sânscrito, o Eu nasce e renasce, pois, o Eu é identificado com o corpo-mente-intelecto. A relação entre os dois, o Atma e o jiva, é somente de identificação. Isso porque o eu, Atman, já é livre, mas como é identificado com o corpo etc, parece ser o Atman junto com o corpo. Ao se identificar com o corpo etc, o jiva sofre. Se vendo como livre de limitação, mas na forma de corpo, ele não sofre, pois sabe que não é o corpo, apesar de se identificar com ele no momento. 22. Sempre achei que a morte não escolhe momento e nem lugar, quando se encerra nossa aprendizagem nesta Terra, ela chega, não importa como. Então, gostaria de entender mais sobre o fato de haver morte “prematura”, morte violenta, repentina. Você está certa: a morte tem o seu momento. Em geral, o momento é quando o karma termina. Mas pode haver um abuso de livre arbítrio, como quando ocorre o suicídio. Nesse caso, quando o karma a ser vivido nessa vida não chegou a um fim, o karma que sobra vai ter que terminar em outro nascimento. Você fala em morte repentina, violenta ou prematura. A morte repentina está dentro do karma, pois a pessoa ou pessoas podem não esperar, mas está na ordem, é o momento certo. A morte violenta, como suicídio ou acidente, não tendo terminado o karma, leva a pessoa a ter que completar o que restava a ser vivido em outra vida. E a morte prematura é assim chamada pois não esperávamos, mas estava na hora certa de acontecer. 23. Sobre a lei do Karma: Muitas vezes agimos diferentemente daquilo que sentimos ou pensamos. Pensamentos e sentimentos também são considerados ações? Emoções, sentimentos aparecem dentro de uma ordem psicológica cósmica. Não são deliberados. Ação é sempre deliberada. Um pensamento ocorre sem que seja nossa escolha. Mas o segundo pensamento é nossa escolha. Escolhemos ações— física, verbal e mental. Mas podemos ver nossas reações, entende-las e transformá-las ao longo da vida. 24. Como fazer para entrar na cabeça da gente toda essa grandeza que é ensinada na Bhagavadgita? Escutar as aulas é bom, prazeroso, quando sentimos que estamos fazendo mudanças. E as mudanças, inevitavelmente, têm que ocorrer em nossa mente, em nossa maneira de olhar para nós mesmos e para o mundo, que inclui os outros. Vedanta deve trazer questionamentos pessoais, entendimentos que mudam nosso olhar de problemas, seja de sermos culpados ou vítima de algo. Somos seres emocionais basicamente, mas nossas emoções nascem de nossas compreensões. Não podemos anular uma emoção, como uma raiva de nós ou de outra pessoa; mas podemos entender que a raiva nasce de uma frustação, de uma expectativa que não se cumpriu e devido a isso nos sentimos impotentes, e nasce a raiva. A solução não será a negação da presença da raiva, nem tentar não tê-la. A solução será entender de onde ela vem, aceitar as causas como fato, tentar fazer o que for possível, e acolher os fatos. Clareza de ideias, de emoções e de suas causas nos acalma. Não é internalizar uma ideia ou ensinamento, mas entender nossas feridas e problemas, os sofrimentos causados por eles e todas as mudanças necessárias que vieram com esses sofrimentos também. A Bhagavadgita e Krishna querem trazer uma mudança em nosso olhar, somente isso. Quando vemos um problema de forma mais ampla, mudanças ocorrem naturalmente. 25. O que classificaria os seres humanos como iluminados? Bem, acho a palavra iluminado difícil de se entender. Entendo que, ao usar a palavra, a pessoa queira dizer que a mente da pessoa antes estava na escuridão que é ignorância da realidade absoluta, e que, através de estudo, tenha então luz, clareza. Então, seria sim, as pessoas que têm constantemente a clareza do autoconhecimento seriam chamadas de iluminadas. E sim, seria a característica da liberação final, de acordo com os Vedas. Em termos de autoconhecimento, acho que existem algumas pessoas que possuem clareza. A questão é que somente a própria pessoa pode saber se ela possui o conhecimento claro. Outras pessoas não poderão ter certeza. E além disso, o conhecimento claro vem junto com características de total acolhimento de todas as pessoas, ausência de mentira e falsidade, e total compromisso com o dharma. E somente a própria pessoa poderia saber de si mesmo. 26. Gostaria que comentasse a frase: Ishvara possui os mesmos corpos físico, sutil e causal, porem sua forma não é individual, mas sim, total, cósmica. Jiva é o indivíduo e possui um corpo físico limitado, uma mente e um inconsciente. Isso sabemos, experienciamos. Ishvara é tudo o que existe, todo o universo e a causa dele. Para nos ajudar a entender o que é tudo, todo o universo, referenciamos jiva, que é conhecido por nós e por isso torna-se uma referência. Essencialmente jiva e Ishvara são Brahman, são idênticos. Mas a forma de Ishvara é todo o universo físico (que é o corpo físico dele), todos os pensamentos e emoções possíveis, existentes (a mente cósmica), e o inconsciente todo, que é o não-manifesto todo. Então, assim como jiva tem um corpo, uma mente, um não-manifesto, Ishvara também tem a forma física, sutil e não-manifesta, porém não um corpo e uma mente, mas a soma total de todos os corpos, isso é, todo o universo físico; a soma de todos os pensamentos e emoções; e a soma de tudo que é não-manifesto. 27. Advaita Vedanta pode ser considerada uma doutrina? Advaita Vedanta é um meio de conhecimento para se saber o que é o Eu, em sua natureza essencial, livre de formas. Advaita Vedanta quer explicar sobre o Eu e conduzir a pessoa ao entendimento. Não é uma proposta de quem sou eu. Não se sabe outro corpo de conhecimento que tenha essa mesma visão do Eu como livre de forma e eterno, e uma metodologia de estudo do Eu livre de forma e de papéis. Advaita Vedanta não é uma filosofia, mas a apresentação de uma visão original e completa sobre o Eu. Em geral, filosofias apresentam uma visão de deus, do indivíduo e do universo. Advaita Vedanta fala sobre uma realidade única que é a essência do indivíduo, deus e o universo. 28. Sobre o desejo. Estou hoje na dualidade e por isso tenho desejos, a não dualidade seria não ter mais desejo? O desejo é importante. Na vida temos que ter desejos; uns são fortes, outros momentâneos ou mais suaves. Existem desejos que cegam a pessoa pois a pessoa ignora os meios de satisfaze-los, ignora o dharma. Mas sem desejo nada fazemos. Para agir temos que querer, e querer é desejo. Vedanta não diz que não devemos ter desejos, dizemos que devemos estar livre de desejo, o que quer dizer o desejo não deve nos aprisionar, não deve dominar nossa mente a ponto de nos levar a fazer adharma. Brahman é livre de desejos. Mas o ser humano terá sempre desejo, o sábio não está aprisionado aos desejos. O maior desejo de uma pessoa é pela liberação, moksha. 29. Sou consciência, este é o meu verdadeiro Eu, mas uma vez que estou neste corpo, por mais que saiba que não sou essas limitações desse corpo, hoje vivo nele, com as suas dualidades. Então esse Eu estará de alguma maneira conectado aos desejos e dualidades desse corpo? Sou Consciência que é livre de limitação, sou completo por natureza. Enquanto vivos, nos identificamos com o corpo-mente e suas características. Sofremos nessa identificação inevitavelmente. Quando entendemos nossa verdade essencial e básica, podemos nos identificar com o corpo-mente, mas sabemos que somos mais do que corpo-mente. Com isso podemos viver na dualidade do mundo e estar tranquilo por entender que sou a fonte de toda felicidade. Nossa vida tem como objetivo descobrir a verdade do Eu que sou. 30. O prana não faz parte dos 5 elementos. Ele é mais sutil que o Éter (espaço)? O prana é o elemento Ar. O elemento mais sutil é o Espaço. A seguir, o Ar. 31. Por quê, ao adquirirmos o autoconhecimento não há mais razão para outro nascimento, se a vida é tão boa de ser vivida? Ao adquirir o autoconhecimento não há necessidade de outro nascimento, pois o objetivo dos nascimentos é a aquisição do autoconhecimento. Porém não proíbe outros nascimentos. A pessoa pode nascer para ajudar outros. E se a pessoa possui desejo de renascer, o próprio desejo torna-se causa para que haja mais nascimentos. 32. Os gunas aprisionam o Ser imutável no corpo? Vedanta analisa o Eu do ponto de vista absoluto, o Eu imutável que é Brahman, não nasce, não morre, não faz ação nem recebe o fruto da ação. Mas o Eu, que é livre de limitação, se identifica com o corpo e a mente e se sente limitado; limitado pelas características, gunas, que constituem o corpo e a mente. O objetivo do estudo de Vedanta é entender que, apesar da identificação com o corpo e mente, o Eu já é livre. Se faz necessária uma compreensão e não uma mudança. 33. É dito que a mente é um fluxo de pensamentos (vrtti pravaha). Mas, o que é o pensamento? Também é dito que a mente reflete a Consciência, iluminando os órgãos dos sentidos etc. Assim, sendo a mente um fluxo de pensamentos, como se dá essa reflexão da Consciência (cidabhasa)? Como a mente (que na verdade tem uma existência relativa, é mithya) reflete/ consegue refletir a Consciência (que é a Realidade, o Absoluto)? Tudo que existe é Consciência. E como num sonho o universo é criado pelo poder de Maya, que é o poder de tornar o impossível possível de acontecer. A mente, cósmica e dentro dela a pessoal, é a primeira projeção de Maya. Os pensamentos são Consciência. Mas em nossa percepção no universo dual é uma sequência de imagens chamadas pensamentos. Os pensamentos são a Consciência, mas se olhamos para eles dizemos que eles existem e são sutis pois têm a capacidade de refletir a Consciência, ao contrário do corpo físico que não reflete a Consciência. 34. Nos dois principais valores - amanitvan e adambhitvan, o shastra dá alguma orientação de como podemos adquirir mais clareza e segurança com relação a nós mesmos, para evitar agirmos como manis ou dambhis? Geralmente o que nos faz agir em oposição aos valores é mesmo falta de clareza e insegurança. Mesmo entendendo, dizem os shastras, existe em nossa mente inconsciente um hábito antigo de agir automaticamente de determinada maneira. Isso porque vimos, no passado, que a atitude nos protege de sofrer. Então, precisamos agir deliberadamente por algum tempo, conscientemente, para podermos mudar esse hábito. Mas não se pode determinar por quanto tempo seria necessário, pois depende de vários fatores. Um deles é quanto tempo levamos para estabelecer o hábito em nossa mente. 35. Entendi que a dúvida é aquela reflexão que acontece antes da ação, para estarmos alinhados ao dharma e que o conflito seria algo posterior, onde ficamos por vezes nos culpando pensando porque fizemos ou deixamos de fazer tal coisa. Existe algo que ajude na libertação desse conflito posterior ao qual me refiro? O sentimento de culpa de não ter feito a ação perfeita que levaria ao resultado perfeito que gostaríamos é normal, é comum. Por isso o shastras falam em ter a atitude de prasada-buddhi, de receber o resultado da ação como perfeito em relação à ação feita. E apreciar Ishvara que é a ordem cósmica que produz o resultado adequado a cada ação realizada. Tendo escolhido a ação, deixe que o resultado correspondente virá. E tente ver que o que vem a cada momento para você tem uma função, um porquê. 36. A ação não seria uma parte da nossa consciência (shiva) na matéria? Dessa maneira, também somos essa ação de alguma forma, mesmo que não estejamos apegados a ela. Primeiro temos que entender os níveis de realidade de qual estamos falando. No nível absoluto não há ação, nem criação. No nível relativo, temos Ishvara, o criador, a criação e o indivíduo. A ação limita o indivíduo no sentido de que ele fica amarrado ao resultado da ação. Há vida no universo, no processo de fazer ação e receber o seu resultado. A ação faz parte do universo que é Ishvara, Shiva. Estamos como indivíduo ligados inevitavelmente à ação. Somente enquanto Brahman somos naturalmente, sem esforço, livres da ação. 37. Com relação ao Apego: Entendo não termos posses e sim responsabilidade e cuidado. Porém tem algumas linhas tênues que sempre me geram questionamento. Lembranças materiais seriam apego? Asteya, no Yoga, é não roubar, seja algo material, tempo, etc considerando algo material, uma vez que alguém rouba, já estou considerando que este algo é meu, de certa forma é uma posse? Seguindo para a relação conjugal, por exemplo, hoje muitas pessoas estão buscando a não monogamia como um modelo que trabalha essa não posse. Não buscar esse modelo seria um Apego? Resposta É verdade, é uma linha tênue que separa apego de cuidado, de preservar coisas significativas. Apego nos limita ao objeto ou a uma pessoa. A tristeza e o sentimento de perda, de carência são imensos. O cuidado é a responsabilidade de cuidar, o prazer de ter o objeto ou a pessoa perto de nós, mas com o entendimento de que podemos perdê-los a qualquer momento pois não nos pertencem, não temos domínio sobre a permanência ou ausência ou mudança deles. Cuidar, preservar, guardar é importante. Mas temos sempre que lembrar que nada no universo nos pertence de fato e não temos domínio sobre nada nem ninguém. Asteya é não roubar, não tirar o que é do outro sem mencionar que é do outro. No mundo existe uma posse relativa de pessoas e objetos. Isso é inevitável. Não é para considerar que nosso corpo, casa, marido, esposa, etc são dos outros também. Mas é entender que de forma absoluta nada é totalmente nosso; mas apesar disso devemos cuidar muito bem e guardar, preservar. Numa relação, união e casamento existem vários conceitos dependendo da cultura. A escolha é cultural. Muçulmanos homens casam oficialmente com várias mulheres desde que possam dar cuidado e atenção a todas. No Brasil, pela lei não é aceitável. A monogamia é a escolha em nossa sociedade. Isso não implica em apego, é uma escolha de ambas as partes. Em muitos casos temos que analisar para entender com clareza. Muitas vezes não conseguimos ver com clareza. Nesses casos é bom buscar ajuda de alguém que não está envolvido com o caso para nos ajudar a pensar. 38. Existe diferença entre o Vijnana maya e o Ahamkara? Já que o vijnana é o agente da ação e o ahamkara é o pensamento de eu. Eles são iguais? No Vijnanamaya está a noção de eu e meu. Então, o ahamkara faz parte sim do Vijnanamaya. 39. Sobre Brahman e Atman? Brahman seria a consciência como todo, tudo o que há e Atman a consciência do indivíduo? Brahman e Atman são idênticos, são a mesma coisa, mas com palavras diferentes pois Brahman faz referência à Consciência livre de limitação; Atman faz referência à Consciência do indivíduo. Mas a Consciência é uma única. Por isso dizemos que Atman é Brahman. 40. Os animais irracionais também carregam o ser essencial que carregamos? Os animais chamados irracionais têm existência e consciência, mas seguem um padrão de ação determinado por sua espécie, sem o intelecto, sem escolha. Mas têm a mesma essência que nós, indivíduos racionais, com intelecto e livre escolha. 41. O que acontece conosco após morrermos caso tenhamos atingido moksha? A pessoa iluminada/liberada deixa de existir e desaparece após a morte? Ou existe alguma forma de existência "individual" nessas condições? A liberação nos Vedas chama-se moksha. Em Advaita Vedanta, a liberação é através do autoconhecimento; o entendimento claro e bem estabelecido de quem sou eu, a verdade essencial do eu. Esse conhecimento não é intelectual. Diz o livro Tattvabodha e a tradição oral, que quando se morre após a aquisição plena do conhecimento, não há renascimento pois não há mais necessidade de outra vida. Mas quando existe na pessoa ainda o desejo de viver, de nascer e viver, haverá novo nascimento, até que o desapego seja total. Moksha e não nascer de novo não é uma ameaça, é fruto do desligamento total do ser individual, desligamento de realizações, sejam de prazer ou de bem-fazer aos outros. 42. Como é a existência de um não nascido? O ser não se manifesta mais, nem em algum plano sutil? Qual o sentido da criação se o nosso objetivo final (moksha) é escapar da criação, deixar de se manifestar criativamente? Não seria uma espécie de suicídio espiritual? Na visão dos Vedas, o sofrimento é devido ao não conhecimento de quem sou, e a consequente identificação com o corpo, mente e intelecto, que são limitados e não são o eu, são objetificáveis e, portanto, objetos. A vida é rica, bela, encantadora. Sem a noção de identidade não há vida. Porém, em determinado momento a pessoa vai buscar algo a mais e desejar se libertar do processo contínuo de nascer e morrer. Para essas pessoas, a liberação ou moksha através do conhecimento é oferecida. Sem esse desejo ardente as pessoas continuam na vida dual. Quando, em determinada vida, há a liberação, o grupo de karma adquirido em todas as vidas é anulado, pois não há identificação com o ahamkara, o ego. E quando o corpo morre, não há karma para produzir novo nascimento. 43. Podemos fazer puja em casa, sem saber os cantos, só intencionando e seguindo a mesma guia dos pujas online? O ideal é aprender com alguém, pois há vários detalhes. Mas se tiver um altar em casa, pode diariamente fazer oferecimentos de incenso etc. Pode oferecer os cinco itens da puja. Junto com as flores pode cantar algum mantra ou verso mais simples. O livro de Puja da professora Gloria pode ajudar. 44. No estudo da Gita, é explicado sat e asat, e é dito que tudo no universo é percebido como é; e que a ausência de um objeto também é. Como a "ausência de objeto" é, se já não há objeto? Tudo no universo é percebido como é. Na minha mão há uma pedra. Tirando a pedra, não há pedra, o que quer dizer que a ausência da pedra também é. Olhamos e não vemos o que não está lá. Vemos que a ausência do objeto existe. A não existência é. A existência é. É isso que vemos e percebemos. Não é correto dizer: Ausência de objeto não é (já que não há objeto). Não há objeto, portanto, a ausência do objeto é. Se a ausência não é, então há uma presença. Então, já que não há objeto, a ausência dele é uma verdade. 45. A respeito de sat e cit. sat é cit e cit é sat? São como "qualidades" do sujeito? Mas também podem ser consideradas sinônimos? O que é sat: sempre existente, e cit: consciência. Isso quer dizer que o que existe sempre, sem deixar de existir, é consciência. Sat e cit não são qualidades como uma casa grande e verde. Nesse caso grande e verde são qualidades. A casa pode existir depois como grande e azul. Mas aqui, o que é sat é cit; não são duas coisas diferentes nem separadas. Não são exatamente sinônimos. São duas palavras que apontam para o que a realidade é. É livre do tempo, por isso sat; e livre de forma, por isso cit. São conceitos difíceis pois são diferentes de nossa forma comum de pensar. Demora um tempo para entendemos o que exatamente querem dizer. 46. Há alguma ordem para realizar a leitura dos livros publicados pelo Vidya-Mandir? Nossa recomendação é que você comece por Introdução ao Vedanta. Este livro contém uma série de palestras que Swami Dayananda deu no Rio de Janeiro e que foram gravadas, transcritas e organizadas pela professora Gloria Arieira. As palestras foram para um público composto não apenas de alunos de Vedanta, mas também para todos os que se interessaram pelo tema, ainda que não tivessem conhecimento e/ou estudo prévio do assunto. Portanto, é bastante acessível mesmo para quem ainda não iniciou o estudo de Vedanta. Em seguida, o Tattvabodha. Swami Dayananda sempre aconselhava começar por este livro, que contem termos e definições que você vai encontrar posteriormente no estudo de Vedanta. Os demais podem seguir em qualquer ordem, temos certeza de que serão apreciados. 47. É possível estudar e se capacitar para dar aulas e compartilhar o conhecimento de Vedanta? Não existe formação para ser professor de Vedanta. Estudamos Vedanta para nós mesmos. Dar aula pode ser uma consequência ou não. Pode-se estudar, e aos poucos dividir o que aprendeu com outras pessoas. Yoga tem formação para professor, mas Vedanta não tem. 48. Qual a diferença entre as duas edições do livro Bhagavadgita publicado pelo Vidya-Mandir, ou seja, a edição em três volumes e a edição em um volume único? A diferença entre as duas edições é que o volume único contém os versos em devanagari, a transliteração e a tradução do Sânscrito para o Português. Não tem a tradução do verso palavra-por-palavra e tem um resumo mais curto de cada capítulo. A edição em três volumes, além da tradução dos versos palavra-por-palavra, contém o resumo e comentários da professora para cada capítulo. 49. Qual é a metodologia do ensino de Vedanta no Vidya-Mandir? A metodologia é a seguinte: a professora lê o verso em Sânscrito, os alunos repetem, e em seguida ela explica e comenta o verso. Podem ser feitas perguntas no final da aula. A aula tem a duração de aproximadamente 1h15min. 50. Sobre as buscas, elas podem acontecer de forma simultânea? Os purusharthas, objetivos da vida, que são 4, podem acontecer simultaneamente. Muitas vezes a busca é de artha e kama; outras é de artha, kama e dharma; poucas vezes aontece as 4 buscas juntas, paralelamente. A questão é saber o que é mais importante na vida, pois se houver conflito entre os objetivos, a pessoa elegerá o que for mais importante para ela. 51. Sobre verdade e não ferir o outro. Sinto uma linha muito tênue, pois muitas vezes acabamos ferindo a nós mesmos nessa busca de não ferir o outro. E sobre a verdade ela me parece muito relativa. Existe realmente uma linha bastante tênue entre valores. Valores não são absolutos e ainda algumas vezes se opõem. Não ferir o outro tem que incluir não ferir a si mesmo também. No processo da disciplina de não ferir, teremos que usar o exercício de viveka, questionamento, e vairagya, a capacidade de deixar de lado o que de fato não é o mais importante. Falar a verdade é quando se escolha falar, que haja a verdade; ou opta-se por ficar calada, pois esse é um direito também. Se resolver falar, que seja a verdade, de forma agradável, sem ferir o outro, que seja algo necessário e benéfico de ser dito, e quando se disser que as palavras usadas não façam o ouvinte reagir. 52. Em uma aula você disse: Para estabelecer o estilo de vida, é muito importante estar claro o objetivo. Determinar o que é importante para mim. Onde eu realmente quero chegar. o estilo de vida aqui é para uma vida na busca de moksha? O estilo de vida que Vedanta sempre menciona como importante é Karma Yoga, ter seu objetivo claro, focar nele, viver uma vida normal de relacionamentos afetivos e de família na sociedade, e sempre buscando o seu dharma, fazer o que deve ser feito, e uma vez a escolha da ação feita, prepare-se para receber o que vem para você sem reclamar nem culpar você mesma ou outra pessoa. 53. Tenho uma restrição mental com ajoelhar aos pés no mestre. Não me identifico com esse costume oriental, mesmo entendendo as questões de respeito atreladas a ele. Seria falta de humildade? A reverência ou o respeito não dependem de atos; tampouco o amor para existir depende da expressão dele, mas é bom quando a emoção ganha uma expressão; bom para quem dá e para quem recebe. A expressão é cultural, depende da cultura a que se pertence. Então, nós ocidentais não temos que expressar o respeito, a reverência nem o amor da mesma forma que um oriental. Mas é bom expressar de alguma forma, caso a emoção exista; de outra forma, como o outro poderá entender?! 54. Tem uma parte que você fala: Intelecto é importante, mas tem um limite. Queria compreender melhor esse ponto. Temos duas funções - a mente e o intelecto. Os dois trabalham juntos e têm funções diferentes. A mente é oscilante, o intelecto é afirmativo. Os dois são importantes. Quando afirmamos em nós que algo é importante, o intelecto trabalha para essa afirmação; a argumentação será sempre lógica, mas não por isso correta, necessariamente. A lógica intelectual pode concluir que agir de determinada maneira facilita a própria vida, e essa conclusão se estabelece. Ou a lógica pode ser de que se eu fizer isso o outro vai me tratar melhor, e a conclusão intelectual será de fazer algo. Intelecto não quer dizer sabedoria, nem conclusão acerta. É somente uma afirmação que se constitui para uma pessoa. A mente é emotiva, funciona conforme as emoções, que estão sempre em movimento. A mente impulsiona a ação, a partir do que o intelecto estabeleceu. A mente é mais forte do que o intelecto quando se refere a ações escolhidas; a menos que a escolha seja precedida de um "parar e pensar e decidir". Por isso, Vedanta diz que o questionamento é muito importante pois colocamos em questão as afirmações já estabelecidas na mente, e revisamos cada uma à luz de Vedanta. 55. Você fala de: ter lógica, mas não ser deduzido logicamente. Como identificar as falsas lógicas? O que seria ser deduzido logicamente. A lógica tem um processo lógico. Afirmação, argumentação, exemplo e conclusão. "Não faça isso porque você vai se machucar", apesar de usar um porque (um argumento) e poder até dizer um exemplo: "como naquele dia que você se machucou ao subir na cadeira", não é lógica. É uma firmação dita seriamente, onde se usa um porque, mas não tem argumento lógico. "Deus não existe porque não o vejo, tudo que existe eu posso ver", também não é lógica. É uma afirmação, mas não definitiva. Podemos ser mais exigentes quando ouvirmos uma argumentação formal que parece sensata. Nesse setor temos que ser bem exigentes. 56. Os vedas não falam em ser vegetariano, nem o ayurveda. Mas falam da não violência. Qual a visão do Vedanta quanto a isso? A alimentação, como todas as escolhas em nossa vida, deve ser alinhada com nosso raciocínio e possibilidades. Não ferir o outro é importante; mas ter boa saúde e comer o que está disponível onde moramos é muito importante. Em vários lugares na área de Calcutá/Kolkata não há muita opção de legumes. Grande número de brahmanes da área são considerados vegetarianos comendo peixe, pois a maior opção de alimento é o peixe. É importante como o animal que se está comendo foi morto, se muito sofrimento foi produzido no animal, ou não. No Ayurveda vemos a escolha de alimentação adequada baseada no estilo de vida da pessoa e nos seus doshas. Pior é fazer da escolha pelo vegetarianismo uma ferramenta de se sentir mais espiritual do que os outros e promover essa bandeira. A atitude e a aceitação do outro como ele é (e não necessariamente do que o outro faz) é mais importante. 57. É o silenciar e apaziguar a mente que regula a respiração na hora de meditação ou o inverso ou tudo é concomitante? A respiração e a mente estão ligadas. Uma pode agitar ou acalmar a outra. Geralmente tanto a mente como a respiração vão se acalmando no processo de meditação, e tentamos muitas vezes acalmar a mente através da respiração no início da meditação. 58. Há um controle respiratório que deve ser feito ao iniciar a meditação? O controle respiratório não é indicado no início da meditação, mas uma respiração profunda com a expiração no dobro do tempo da inspiração pode ajudar, e a seguir, observar a respiração também ajuda. Sri Ramana Maharshi fala sobre isso no seu upadesha-saram, a essência do ensinamento. 59. Como conseguimos a liberação? Ela só é possível através do conhecimento? A liberação é através do conhecimento pois a causa básica do sofrimento e da limitação é a ignorância de si mesmo. Mas existe um processo até a aquisição do conhecimento. Primeiro a pessoa discernir o problema; entender que problemas com o mundo são inevitáveis na vida de todos pois tudo é dual e em constante transformação. E, assim sendo, a liberação final, definitiva, não será possível através de alguma aquisição ou mudança, pois todas mudam, passam. É necessário ver que há um sofrimento básico humano. Depois disso é necessário querer, e querer muito mesmo, resolver o problema. Depois se faz necessário correr atrás da solução. Isso tudo pode demorar muito. Depois, encontrar alguém que possa falar, explicar e ensinar sobre o problema e a solução. Então, se dispor a sentar e escutar. Entender e por fim assimilar o conhecimento, tê-lo claro para si mesmo. No meio do caminho de tudo isso, adquire-se maturidade para o processo todo. 60. Se todas as ações tem consequências, positivas e negativas, qual a chance de sair do samsara? Sair do samsara só é possível entendendo que o samsara não é real. O eu já é livre em si mesmo, o samsara para o jiva é momentâneo e passageiro; um jogo interessante e necessário. 61. Estou com dificuldade em assimilar o conteúdo, sobretudo as palavras em Sânscrito. Isto é normal aos iniciantes? Alguma coisa que eu possa fazer? Algum complemento? As palavras em sânscrito são traduzidas e explicadas nas aulas. Mas no início, com tantas palavras novas, é comum a pessoa ficar um pouco ansiosa. Você pode anotar as palavras e seus significados para poder se referir a elas quando tiver dúvida. Mas, com paciência e perseverança, passamos dessa etapa e tudo vai ficando claro. O método é esse mesmo. Não há outra possibilidade que não seja o tempo e a continuidade do estudo. E vale à pena o estudo pois são analisados muitos conceitos significativos. 62. . A dúvida é porque ao se desfazer desse meu corpo que morre o Eu mantem uma memória individual de meus atos e origem do meu futuro Karma? Entendo que o Eu-Consciência é a verdadeira natureza de todos os personagens de nossa realidade. Entendo então que eu e todos os seres vivos contêm em si esse mesmo Eu, não sendo possível assim nenhum julgamento de valor, uma vez que se o Eu que me habita tivesse herdado sua genética e seus traumas, esse meu Eu seria exatamente você. A memória individual não seria então um atributo do Eu? Não faria mais sentido a indivisibilidade da consciência e um Karma coletivo do universo, de nossa realidade? Resposta O eu, Atma, é um único e sem forma individual. Mas no universo se manifesta em forma física, o corpo físico, forma sutil, a mente e todos os pensamentos, e em forma não ainda manifesta. O eu Atma não mantém registro de karma, é um e impessoal. Mas a forma individual, o jiva, carrega ignorância de si mesmo e, portanto, conclusões erradas de si mesmo; e por isso sofre. A libertação é saber que apesar da individualidade que é perecível, eu sou o Atma. A individualidade não é atributo do Atma pois o Atma existe sem a forma da individualidade. Porém a individualidade, o jiva, depende totalmente do Atma. 63. Quando se fala "tal pessoa não tem consciência", posso considerar que ela não tem o entendimento da consciência em si? Eu posso considerar que o pensamento está na mente, que está dentro de buddhi (a intuição - a pureza da mente), que está na consciência (uma vibração maior na materialidade) e que é a luz? Quando dizemos que alguém não tem consciência, estamos dizendo que ela não tem conhecimento ou clareza, na mente. Todos somos consciência, mas nos tornamos consciente, no mundo, na vida, através dos sentidos e da mente. A luz básica que não se apaga é a consciência. Esta ilumina os sentidos e a mente, e por isso o indivíduo diz que é consciente. 64. Qual a estimativa de duração do estudo um texto de vedānta? A estimativa de duração do estudo de um texto é só isso mesmo: uma estimativa. As estimativas de duração dos cursos não vinculam nem aluno, nem professor. Assim, o estudo poderá ter duração inferior ou superior à estimada. O estudo de vedānta não tem como proposta percorrer ou completar o estudo de textos, não é um programa acadêmico que se completa. O estudo de vedānta tem como proposta comunicar uma visão, desdobrando os textos. Neste sentido, o andamento das aulas depende dos alunos que ouvem e vêm o professor, daquilo que o professor entende que deve ser aprofundado em cada momento e aquilo que deve ser abreviado. Esta apreciação faz com que cada texto possa ser mais ou menos elaborado e depende totalmente do método tradicional de ensino. Tendo isto presente, pedimos que o ouvinte abra a mão de metas e permita-se simplesmente ouvir e ver. 65. Qual a sequência de textos para o estudo de vedānta? O estudo de vedanta pode ser feito no contexto de um retiro residencial, num ashram, com a duração de 2 ou 3 anos com aulas presenciais diárias ou na forma de um estudo continuado conjugado com a vida da pessoa. No primeiro caso, o ritmo de estudo fica totalmente dependente do professor. No segundo caso, o aluno tem mais liberdade e também mais responsabilidade no delinear desse ritmo. O programa e sequência de estudo do Vidya Mandir visa servir a segunda opção, criando uma estrutura para que cada aluno possa fazer um estudo continuado, adaptado à sua vida que, pode ser complementado com o canto, o sânscrito, a meditação, festividades, puja e tudo mais, dependendo do interesse e disponibilidade do aluno. O Vidya Mandir cria as circunstâncias para um estudo sistemático e profundo. O grau de imersão depende do aluno. ​ Esta sequência dos textos de Vedanta a serem estudados tem base nos cursos programados por Sri Swami Dayananda. Sequência: 1. Tattvabodhah 2. Upadesha-saram 3. Valores da Bhagavadgita cap. 13 4. Textos secundários como: Pancadashi, Sadhana-pancakam, Advaita-makarandah, Atmabodhah, Vivekacudamani, Vedanta-saram, Yogasutras à luz de Vedanta 5. Bhagavadgita 6. Kena Upanishad 7. Mundaka Upanishad 8. Katha Upanishad 9. Mandukya Upanishad 10. Outras Upanishads 11. Taittiriya Upanishad com o comentário de Sri Shankara 12. Brahmasutras ​ Esta sequência mencionada não é rigorosa, é uma orientação para o estudo de Vedanta, conforme seguimos no Vidya Mandir. 1. Como posso entrar em contato com o Vidya Mandir? Você pode entrar em contato com o Vidya Mandir através da página Contato ou pelos telefones: (21)2287.2774 - (21)98880.3256 2. Telefono para o Vidya Mandir mas ninguém atende. Como proceder? Você pode entrar em contato com o Vidya Mandir através do e-mail: contatos@vidyamandir.org.br. 3. Mandei um email, mas não obtive resposta. Como proceder? Você pode enviar um novo e-mail ou usar a página Contato aqui do site ou, ainda, os telefones indicados acima. 4. Quais os horários das aulas do Vidya Mandir e que textos estão sendo estudados? Você pode encontrar essas informações na página Aulas Regulares. 5. Qual o primeiro texto a ser estudado em Vedanta? Como faço para iniciar meus estudos em Vedanta? Você pode começar seus estudos de Vedanta com o texto “Tattvabodha” e pode encontrá-lo na nossa Plataforma EAD. Temos também o livro com o texto Tattvabodha em nossa Loja online, aqui no site. 6. Quero estudar Sânscrito, como faço? Temos aulas de Sânscrito para iniciante, intermediário e avançado. Veja na página Aulas Regulares 7. Quero fazer uma tatuagem em Sânscrito, alguém pode me ajudar? Não oferecemos esse serviço. 8. Posso assistir a uma aula de Vedanta como convidado/a? Pode sim, venha em uma das aulas da Professora Gloria – segundas às 20h, terças às 15h ou quartas às 20h. Você é nosso convidado/a. 9. Posso abrir um Grupo de Estudos? Se você já estudou um pouco Vedanta, pode criar um Grupo de Estudos. Entre em contato pelo email: contatos@vidyamandir.org.br. 10. Como faço para adquirir determinado livro? Você pode comprar em nossa Loja on-line, aqui no site, ou ir à nossa sede em Copacabana, Rio de Janeiro, ou entrar em contato pelo email: contatos@vidyamandir.org.br. 11. Qual a programação de cursos da professora Gloria fora do Rio de Janeiro? Você pode encontrar a programação dos Cursos da Professora Gloria no Rio de Janeiro ou fora da cidade na página: Aulas e Intensivos.

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